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Sesa ainda não confirma surto apesar de micobactéria fazer novas vítimas no Estado

A Sesa confirmou dois casos de micobactéria, e em ambos os casos as vítimas são mulheres que implantaram prótese de silicone na mama. Elas não quiseram gravar entrevista

Marcas do surto de micobactéria que vitimou mais de 200 pessoas há 6 anos no ES. Foto: Reprodução TV Vitória

Cinco casos suspeitos e dois confirmados de micobactéria na Grande Vitória colocam em alerta a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). O Espírito Santo, há seis anos, teve um surto de micobactéria com mais de 200 casos.

A Sesa confirmou nesta quinta-feira (11) dois casos de micobactéria e, em ambos os casos, as vítimas são mulheres que implantaram prótese de silicone na mama. Elas não quiseram gravar entrevista.

A Secretaria de Saúde informou que todas as clínicas e hospitais particulares do Espírito Santo passam por inspeção uma vez por ano. Quando houve a confirmação dos casos, as duas clínicas tiveram a inspeção refeita e os técnicos não encontraram irregularidades. O surgimento de micobactérias nos dois locais ainda é um mistério.

O Instituto de Urologia do Espírito Santo é uma clínica particular situada no bairro Bento Ferreira, em Vitória, onde houve confirmação de uma vítima da micobactéria. Uma equipe da TV Vitória esteve no local e foi informada que apenas o diretor Henrique Marcondes poderia falar sobre o assunto, porém ele não estava. O diretor também não foi localizado por telefone.

Na Kliniké Cirurgias e Especialidades, também particular, que funciona no Centro de Vila Velha, o advogado Celso Papaleo informou que a clínica segue com rigor as normas de higiene. “Nós entramos em contato com a Secretaria de Saúde e a Vigilância Sanitária e informamos a suspeita, porque até então era um suspeita. Solicitamos que a Vigilância Sanitária viesse até a clinica hoje (12/09) para fazer as verificações de praxe. Essas verificações foram feitas e a conclusão que se chegou foi a seguinte: todos os protocolos de limpeza e desinfecção hospitalar estavam em dia e em conformidade com o que a Vigilância Sanitária exige”, informou o advogado da Kliniké Cirurgias.

Segundo os médicos, micobactéria é termo amplo para uma família de organismos invisíveis a olho nu, que causam infecções. Para a chefe do núcleo especial de Vigilância Sanitária da Sesa, Marizete Oliveira Silva, essa é uma bactéria encontrada no ambiente e ela entra de alguma forma no organismo causando danos. 

Kissila Sodré sabe muito bem o que é a micobactéria. Ela é uma das mais de 200 vítimas de um surto que aconteceu no Estado entre 2006 a 2008. A empresária hoje luta em favor das vítimas da contaminação e claro, teme um novo surto. Para ela, não basta inspecionar as clínicas, é preciso que a Secretaria de Saúde verifique cada uma das pessoas que fizeram cirurgias nesses locais nos últimos meses.

“A Secretaria de Saúde tem que fazer uma busca ativa dos pacientes que operaram nestas clinicas, próximo as datas que foram confirmadas micobactérias se tem algum paciente em casa sofrendo sem saber que está com micobactéria”, alertou Kissila Sodré.

Apesar dos cinco casos suspeitos e dos dois confirmados, a Secretaria Estadual de Saúde diz que não é possível saber se há um novo surto de micobactéria no Estado. “Existem regras da epidemiologia e cinco casos que estão espalhados na região metropolitana, então ficaria difícil definir se seria um surto ou não”, informou a chefe da Vigilância Sanitária.

Com relação ao que disse a empresária Kissila, a Sesa informou que a busca ativa é de responsabilidade do hospital onde aconteceu o caso.

A produção da TV Vitória não obteve retorno, até o início da noite, dos contatos realizados com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os responsáveis pelas clínicas onde os casos confirmados ocorreram também não retornaram os contatos feitos pela reportagem. 

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