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Distribuição de máscaras, pronto-socorro fechado e pânico em hospital do ES após falsa suspeita de ebola

Várias versões sobre o perfil do paciente circulavam pelos corredores do hospital. A manhã foi de pânico nos corredores do hospital. Confira o relato dos pacientes.

Pânico entre os pacientes tomou conta dos corredores do Hospital Santa Rita em Vitória Foto: Divulgação

Um boato sobre a internação de um paciente com suspeita de ebola provocou pânico entre as pessoas que buscavam atendimento na manhã desta segunda-feira (20), no Hospital Santa Rita, em Vitória. Nas redes sociais, uma mensagem compartilhada através do aplicativo WhatsApp, também alertava sobre o possível caso da doença no Espírito Santo.

Várias versões sobre o perfil do paciente circulavam pelos corredores do hospital. A estudante Rayane Gonçalves ouviu que a paciente era mulher e que teria vindo da África para o Estado. "O atendimento estava demorando demais e falaram que uma mulher estava com suspeita de ebola. Parece que ela veio da África e é missionária”.

Já o garçom Paulo Roberto Ferreira disse que a falsa notícia causou tumulto. "O pronto-socorro foi todo isolado e tá todo tumultuado. A segurança não deixa entrar".

De acordo com o relato de uma paciente que aguardava atendimento no pronto-socorro do Hospital Santa Rita que não quis se identificar, o pânico tomou conta do local. “Eu fui ao hospital procurando auxílio. Na sala de triagem, vi que todos usavam máscaras. Nos corredores diziam que era um procedimento estratégico, já que uma pessoa com uma doença contagiosa estava no local. Uma enfermeira usando máscara foi aferir a minha pressão. Eu perguntei o que estava acontecendo e ela me disse que no hospital havia uma pessoa com suspeita de ebola e que teria ido para a sala de isolamento. Segundo a enfermeira, eu era a quarta paciente atendida depois da mulher com a suspeita do vírus. Ao sair do consultório onde fui atendida, vi que tinham lacrado o pronto-socorro. Próximo de mim pude observar quatro médicos e 12 enfermeiros sendo orientados. A recomendação era para que todas as pessoas que tivessem tido contato com a mulher, tirassem a roupa e tomassem banho. Eu vi a sala de isolamento e olhei pelo vidro. Lá dentro tinha uma mulher toda avermelhada e um homem. A esperança dos profissionais do local era de que ela fosse removida de lá. Fico indignada. Pois, além de mim, várias outras pessoas estavam no corredor logo após a passagem da pessoa suspeita da doença por lá”, contou ainda assustada.

Secretaria de Saúde e Vigilância descartam suspeita

A Secretaria de Saúde do Espírito Santo descartou o registro de um caso suspeito de ebola no Hospital Santa Rita, em Vitória, na manhã desta segunda-feira (20). Segundo a Sesa, uma paciente chegou ao hospital dizendo que estaria com ebola, no entanto, os sintomas não comprovam a doença. O boato que se espalhou no pronto-socorro do hospital e pelas redes sociais provocou pânico entre as pessoas que buscavam atendimento na unidade.

A assessoria de imprensa do Hospital Santa Rita informa que a Vigilância Sanitária foi acionada e também descartou a suspeita do vírus. Segundo o hospital, a paciente não apresentava sequer os sintomas que se encaixam no perfil de contaminação da doença.

Técnicos da Vigilância Sanitária permanecem na unidade e orientam os funcionários através de palestras sobre a doença. Por conta do boato, o pronto-socorro do Hospital Santa Rita ficou fechado por meia hora.

Brasil registra apenas um caso suspeito

Somente um caso suspeito de ebola foi registrado no Brasil, mas o resultado de dois exames realizados no paciente deram negativo. O Instituto Evandro Chagas, em Belém, confirmou que o homem de 47 anos, procedente da Guiné, não tem o vírus.

O homem natural da Guiné chegou ao Brasil no dia 19 de setembro. Em Cascavel, o africano sentiu febre no dia 8 de outubro, e, no dia seguinte, procurou uma Unidade de Pronto-Atendimento. O Ministério da Saúde foi acionado e o paciente transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, onde ele internado para a identificação do problema que o levou ao hospital.

Foram feitos dois exames de sangue no paciente, um no dia em que o ministério foi avisado da suspeita e outro 48 horas depois. É o procedimento indicado pela Organização Mundial da Saúde para confirmação ou descarte de um caso da doença.

A Guiné é um dos países da África Ocidental onde há uma epidemia de ebola. No país, pelo menos 1.350 pessoas foram contaminadas e 778 morreram com a febre hemorrágica, desde o começo do ano.

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