"Mendigata capixaba" marcada pelas drogas e prostituição nas ruas do Rio de Janeiro
Das calçadas para as manchetes: Jessica tem 21 anos, 1,74 metros de altura, 55 kg, é ruiva, de rosto delicado e a moradora de rua, mas ficou conhecida como a 'Mendigata'
Uma moradora de rua capixaba é manchete nas grandes mídias do Brasil por causa da sua beleza. Ela mora nas ruas de Niterói e ficou conhecida como “Mendigata”. Normalmente os moradores de rua são invisíveis aos olhos da sociedade, mas Jéssica Pinto da Luz, 21 anos, não passou despercebida.
“Tem muitas pessoas que julgam muito a gente que mora na rua, mas nem todo morador de rua é um ladrão, usuário de droga ou algo parecido, uma pessoa monstruosa.Eu acho que o morador de rua, às vezes, está por sofrimento, não porque quer”, disse Jessica.
Das calçadas para as manchetes: Jessica tem 21 anos, 1,74 metros de altura, 55 kg, é ruiva, de rosto delicado e a moradora de rua, mas ficou conhecida como a “Mendigata”. Mas a mendiga que chamou a atenção pela beleza, esconde uma história cruel. Marcada por violência, dor, vício e perdas.
Jessica carrega o peso de um passado sofrido, a mãe foi assassinada quando tinha 3 anos de idade e a relação com o pai sempre foi estremecida. Aos 13 anos saiu de casa, morou em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Aos 15 anos, engravidou e acabou nas ruas entregue às drogas, e foi por causa do vício que ela perdeu a guarda do filho.
“Perdi a guarda definitiva, ele foi adotado há três anos. O juiz disse que se eu não assinasse ele ia bater o martelo, e foi o que ele fez, ele deu para adoção”, desabafou Jessica. “Eu comecei com a maconha, fui viciada na cocaína, larguei a cocaína, depois fiquei cinco anos no crack. Depois de 5 anos eu descobri que estava grávida da minha filha. Ai pedi ajuda na clínica Bom Samaritano, em Itapuaçu, no Rio de Janeiro. E fui me tratar lá.”
Mas antes da internação, para sustentar o vício por drogas, Jessica vendeu o próprio corpo nas ruas do Rio de Janeiro e foi depois de um relacionamento rápido que acabou engravidando mais uma vez. Na ocasião ela estava fazendo tratamento em uma clínica de reabilitação.
“O hospital disse que não ia dar a minha filha porque eu morava em uma clínica de recuperação e eu bati o pé, fui ao Conselho Tutelar para falar com o juiz que mais uma pessoa da minha vida eu não ia deixar tirar. Que era a minha filha. Eu lutei para ficar com ela, com 2 meses e 3 dias eu tive a minha vitória. Eu sai do hospital com ela, atravessei a ponte Rio x Niterói com ela nos meus braços, dormindo como um anjo. E ela ficou comigo por oito meses no Bom Samaritano”.
Jessica conta que enfrentou problemas dentro do abrigo e foi obrigada a voltar para as ruas. Para não perder a guarda de mais um filho, deixou a criança aos cuidados da irmã em São Paulo.
“Eu sou muito grata a ela, mas eu sinto saudades e eu sonho em ter minha filha. Me estruturar, me cuidar, cuidar da minha saúde, me tratar primeiro, para depois pegar a minha filha. Eu amo ela muito”
A Rede Record deu a oportunidade para a “Mendigata” resgatar a sua própria identidade. Ela foi levada à outra clínica de reabilitação, no interior de São Paulo. Lá ela passou por diversos exames e acompanhamento psiquiátrico, contudo, Jessica abriu mão do tratamento oferecido pela Record, em uma das principais clínicas do País. Esta foi a 4ª vez que ela desiste, segundo pessoas próximas.
