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Castelo de letras e caixa das novidades: ideias de uma professora para a sala de aula

Com criatividade e educação, a professora Jussara Cristo, do Colégio Ápice, em Jacaraípe, usa seu dom para ensinar e cria uma aula diferente, baseada em histórinhas

A professora durante performance em sala de aula. As crianças adoram! - Foto: Divulgação

Era uma vez uma princesa que estava dando uma festa em seu castelo para convidados muito especiais: as letras e os números. A princesa disse para ninguém sair do castelo, mas as consoantes não obedeceram e foram para a floresta. Lá, um raio atingiu a letra H, que acabou ficando muda. Ela ficou muito triste, mas viu que, juntando-se com a letra C e a letra A, formava a palavra “chá”. Também viu que junto com o L e o A formava “lha”. Logo percebeu que ela ainda tinha sua função. Os números também viram que quando estavam em duplas, eram maiores do que sozinhos. Assim, o 1 e o 3 formavam o 13 e o 2 e o 5 formavam 25.

Tanta criatividade só poderia vir da mente de alguém que nasceu para ensinar. De fato, ela saiu da cabeça da professora Jussara Cristo. Já são mais de 20 anos de experiência dentro da sala de aula. A paixão começou aos 12 anos como monitora de sala de aula e foi crescendo e crescendo até virar profissão.

Da cabeça de Jussara saem tantos projetos que ela foi convidada para ser Coordenadora de Projetos da escola onde trabalha, o Colégio Ápice, em Jacaraípe, a partir do ano que vem. E um desses projetos é a Caixa da Novidade. Mas essa vamos deixar para ela explicar:

“Toda semana eu levo a Caixa da Novidade para a sala e trabalho diversos valores e aprendizado com as crianças. Uma vez levei ingredientes para uma receita saudável. Enquanto eles aprimoravam a leitura com a receita, íamos preparando a comida saudável. Também levei a boneca Dona Maricota para trabalhar a importância do respeito aos idosos. Com uma peruca e uma boneca, falamos sobre o Cabelo de Lelê, para trabalhar com elas a importância de respeitar as características físicas de cada um e a aceitação”.

Brincar para aprender

Estudos apontam o lúdico como parte integrante do mundo infantil da vida de todo ser humano. Nos jogos e brinquedos, a realidade e o faz-de-conta intercalam-se e a criança coloca em ação seu sentimento e emoção. Nesse aspecto, a ludicidade funciona como um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, ou seja, o brincar desenvolve a facilidade para a aprendizagem, o desenvolvimento social, cultural e pessoal, e contribui para uma vida saudável, física e mental. É, literalmente, o aprender brincando!

Pesquisas na área da Psicologia afirmam, ainda, que ao brincar a criança também adquire a capacidade de simbolização, permitindo que ela possa vencer realidades angustiantes e domar medos instintivos.

Mas isso Jussara já percebeu na sala de aula. Segundo ela, com as atividades as crianças aprendem a compartilhar, melhoram a oralidade e interação, porque elas trocam as atividades e suas impressões com os coleguinhas. Essa é a melhor recompensa para a professora.

“Sendo professora, eu me sinto responsável pela formação de caráter, de um cidadão. Quando eles aprendem a partir de uma brincadeira, me sinto parte dessa formação. Eles podem ser pessoas melhores a partir de mim. Me sinto honrada em participar do desenvolvimento deles”, diz Jussara, com a voz embargada pela emoção.

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