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Desembargador entra com ação contra professor da Ufes acusado de racismo

De acordo com denúncias, enquanto lecionava aos alunos do segundo período de Ciências Sociais, o professor teria externado posicionamento contrário ao sistema de cotas implantado na Ufes

O desembargador afirma que as supostas declarações do professor da Ufes foram preconceituosas. Foto: Divulgação

O desembargador Willian Silva ofereceu representação criminal ao Ministério Público Federal na tarde desta terça-feira (4), contra o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que, nesta segunda-feira (3), segundo os alunos, teria adotado discurso preconceituoso em relação aos negros. Nesta quarta-feira, alunos também prometem fazer protesto contra o educador

De acordo com denúncias, enquanto lecionava aos alunos do segundo período de Ciências Sociais, o professor teria externado posicionamento contrário ao sistema de cotas implantado na Ufes e que, atualmente, como consta na representação criminal oferecida pelo desembargador, é previsto em lei federal até mesmo no serviço público.
 
Em sua representação criminal, o desembargador afirma não haver problema em posicionar-se desfavoravelmente ao sistema de cotas. "Ocorre que, afastando-se das críticas pessoais construtivas que se espera de um professor - e que, nessa condição, deveriam inclusive ser respeitadas -, o representado adotou discurso evidentemente preconceituoso em relação aos alunos negros, destacando a necessidade de utilizar linguagem mais acessível e baixar o nível do ensino para que tais discentes pudessem acompanhar suas aulas", frisou.
 
O desembargador ainda destacou na representação que o professor teria afirmado que "detestaria ser atendido por um médico ou advogado negro". "Sinto-me com a dignidade e o decoro ofendidos na condição de jurista negro, proveniente de família pobre, advogado atuante por vários anos antes do ingresso na carreira da magistratura, e hoje o primeiro desembargador negro capixaba", destacou o desembargador, que afirma ainda que a conduta praticada pelo professor amolda-se ao crime de injúria.

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