Geral

Funcionárias acusam patrão de racismo em clínica de Vitória

Elas haviam acionado o chefe para reclamar de uma mudança na escala de trabalho. As funcionárias afirmam que foram ofendidas e chamadas de chefe de gangue e neguinha

Roseane afirma que o chefe a desrespeitou Foto: TV Vitória

Funcionárias de uma clínica, que funciona no bairro Jardim da Penha, em Vitória, denunciaram o próprio chefe por racismo. De acordo com as trabalhadoras, o bate boca começou depois que elas reclamaram sobre a mudança na escala de trabalho. Segundo as funcionárias, o chefe teria chegado na clínica alterado e fazendo série de ofensas. 

A podóloga Roseane dos Santos Ferreira, de 30 anos, trabalha na clínica desde outubro de 2013. Apaixonada pela profissão, ela afirma que agora pensa em mudar de emprego.

“Eu não tenho mais esperança de ficar na empresa. Amo o que eu faço, mas não dá mais. Ele chamou minha amiga de chefe de gangue e me chamou de neguinha. Ele disse que queria ver se nós íamos aguentar ele uma semana lá dentro. Eu perguntei o motivo da ameaça, e falei que iria chamar a polícia para ele”, contou.

A outra podóloga, que preferiu não ser identificada por medo, afirma que também foi desrespeitada pelo chefe. “Ele nos rebaixou de todas as formas, falou que a minha vida iria virar um inferno, trancou a gente em uma sala com ele para tentar encurralar”, disse.

A clínica funciona em várias capitais do Brasil. Ao todo são mais de 100 lojas. O empresário não aceitou dar entrevista mas, o advogado, que o representou, contou que o cliente foi ameaçado. 

“Ele alega que foi ameaçado dentro da empresa. Segundo ele, nenhuma das funcionárias foi chamada de neguinha nem de chefe da gangue. Essa foi a informação que ele me passou. E também haviam outras pessoas dentro da sala que vão dar depoimentos”, informou o advogado Waldir Loureiro.

A Guarda Municipal foi acionada e conduziu todos para a delegacia da capital. Agora, as funcionárias que afirmam terem sido ofendidas querem justiça. “Ele vai colocar outras pessoas no nosso lugar. Eu espero que elas não passem pelo que estamos passando”, afirmou uma podóloga. 

Pontos moeda