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Mulheres quilombolas de Ibiraçu: tradição e cultura no meio rural

No local, as mulheres coordenam a associação de produtores e buscam ações de resgate de atividades agrícolas e de tradições culturais, como o congo

 O Incaper acompanha a comunidade, proporcionando orientação técnica Foto: Divulgação/Incaper

O protagonismo feminino no campo pode ser observado na comunidade quilombola de São Pedro, localizada no município de Ibiraçu. No local, as mulheres coordenam a associação de produtores e buscam ações de resgate de atividades agrícolas e de tradições culturais, como o congo. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) acompanha a comunidade, proporcionando orientação técnica.

De acordo com a presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Quilombola de São Pedro e Região, Odeth Maria Paulo Aliprandi, entre as atividades agrícolas destacam-se o cultivo de café conilon e arábica, banana, mandioca e feijão, além da produção de pães e bolos. Também são criadas galinhas. “As mulheres estão à frente da associação e buscam vários benefícios para a comunidade. Conseguimos um milho muito bom do Incaper e eles estão nos incentivando a montar uma padaria na comunidade”, explicou Odeth.

De acordo com o extensionista do Incaper, João Marcos dos Santos Junior, foi feito um Diagnóstico Rural Participativo (DRP) para identificar as principais demandas da comunidade. “Como potencialidades, ela conta com equipamentos como uma farinheira e uma cozinha industrial voltada para a fabricação de pães e bolos. O clima do local possui temperaturas amenas. A terra fértil garante à região uma vasta gama de produtos que podem ser cultivados na localidade, além de uma identidade cultural forte, elevado número de jovens e uma associação atuante, predominantemente formada por mulheres”, falou.

Ele disse que o Incaper tem contribuído com a comunidade por meio de ações de extensão rural e assistência técnica que visem à capacitação profissional, organização social, comercialização e aumento de produtividade, buscando o desenvolvimento sustentável da comunidade. “Organizamos a entrega do milho Incaper 203 para a comunidade, que contribuirá para a subsistência das famílias. Além disso, incentivamos a comunidade a comercializar seus produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos. Também organizamos cursos de cafeicultura básica, pães e curso de criação de tilápias”, informou João.

Conforme Odeth Maria Paulo Aliprandi, as mulheres que estão à frente da associação tem buscado o resgate das tradições culturais da comunidade quilombola, que, além dos cultivos agrícolas tradicionais, passa pela manutenção de danças, como o congo. “Nosso grupo de congo realiza várias apresentações no município e fora dele. Já visitamos outras comunidade quilombolas em São Mateus, e aprendemos muito com a troca de experiências sobre a importância de manter nossa identidade”, disse ela.

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