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Rebeldes xiitas são "marionetes do Irã", diz presidente do Iêmen

Redação Folha Vitória

Sharm el-Sheikh - O presidente do Iêmen, Abed Rabbo Mansour Hadi, afirmou neste sábado que os rebeldes xiitas que o obrigaram a fugir do país são "marionetes do Irã", culpando diretamente a república islâmica pelo caos político vivido pelo país nos últimos dias.

Os comentários foram feitos durante uma cúpula de líderes árabes realizada na cidade costeira de Sharm el-Sheikh, no Egito. O encontro ocorreu dois dias depois de o presidente iemenita fugir do país em meio ao avanço dos rebeldes xiitas, conhecidos como houthis.

Os líderes do Egito, da Arábia Saudita e do Kuwait culparam o Irã de se intrometer em "assuntos de países árabes" ao, supostamente, dar apoio aos xiitas iemenitas.

"O Iêmen, em sua hora mais escura, nunca enfrentou um desafio à sua existência e uma ameaça à sua identidade como os que enfrentam agora", afirmou el-Sisi. "Isso ameaça a nossa segurança nacional, e nós não podemos ignorar as suas consequências para a identidade árabe."

Mais incisivo, Hadi desafiou diretamente o Irã e pediu que seus partidários se levantem em um protesto pacífico contra os houthis.

"Eu digo para os fantoches do Irã e todos aqueles que os apoiam... Vocês destruíram o Iêmen com sua imaturidade política e com a fabricação de crises nacionais e locais", atacou Hadi.

O Irã e os houthis negam que Teerã apoie o movimento rebelde, embora a República Islâmica tenha prestado ajuda humanitária ao grupo.

Procurado, o governo do Irã não fez comentários imediatos sobre a intervenção de Hadi.

Enquanto isso, uma reportagem de uma emissora local iemenita controlada pelos houthis classificou Hadi como um "fantoche" da Arábia Saudita.

Hadi também disse que os ataques aéreos lançados pela Arábia Saudita e seus aliados contra os houthis não devem parar até que os rebeldes se rendam e devolvam as armas que roubaram dos depósitos do exército. O monarca da Arábia Saudita, rei Salman, prometeu anteriormente que a campanha militar no Iêmen não iria terminar até que a segurança e a estabilidade fossem restauradas.

Durante o sábado, aviões de guerra sauditas realizaram dezenas de ataques a instalações militares em todo o país, tendo como alvo instalações dos houthis em torno de Sanaa, Marib, Dhamar e Lahj, informaram autoridades de segurança.

O porta-voz da coalizão árabe, Ahmed Asiri, disse a jornalistas que autoridades sauditas também estavam rastreando as atividades de ao menos dois grupos rebeldes nas fronteiras com o Iêmen.

Asiri reiterou, no entanto, que a coalizão "não vai permitir" que os houthis cruzem a fronteira. Fonte: Associated Press.

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