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Após fim de incêndio, situação ainda é de alerta no Porto de Santos

Redação Folha Vitória

Santos - Após 192 horas, bombeiros conseguiram debelar o incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, litoral sul de São Paulo, onde as chamas atingiram tanques com combustíveis. A área continua em situação de alerta e as atividades foram embargadas pela prefeitura. Trata-se do incêndio de maior duração no Estado. "Embora o fogo tenha sido extinto, o líquido armazenado nas bacias de contenção no entorno do cilindro emite gás, que entra em combustão espontânea, provocada pela alta temperatura. Por isso, as equipes mantêm a estratégia de resfriamento da área, ao mesmo tempo em que tentam conter vazamentos nas válvulas do sistema de transbordo do combustível", explicou a tenente Cíntia Oliveira. Cada tonel atingido pelo fogo tem capacidade para armazenar 6 milhões de litros. "Ainda há aproximadamente dois terços do combustível naquele tanque", disse a tenente.

A operação montada nas rodovias da região para controlar o acesso de caminhões à margem direita do Porto de Santos está mantida. A determinação é do gabinete de crise formado na cidade, com participação de representantes dos governos municipal, estadual e federal. Só após o fim dos trabalhos dos bombeiros o tráfego de veículos voltará ao normal.

O principal acesso ao Porto de Santos, o Viaduto Paulo Bonavides, está interrompido desde o dia 2. Durante o feriado, o tráfego de caminhões foi desviado para o centro da cidade, mas, na noite de domingo, este movimento também foi proibido para os veículos pesados - com exceção de perecíveis e medicamentos.

Impactos

A avaliação do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar) é de R$ 6 milhões em prejuízos, considerando apenas os custos de estadia dos navios na Barra de Santos. Isso porque ao menos dez embarcações foram impedidas de atracar no cais santista, por medida de segurança. Com relação ao meio ambiente, a quantidade de peixes mortos retirada do estuário já ultrapassa 8 toneladas. Para o biólogo marinho e diretor-presidente do Instituto EcoFaxina, William Rodriguez Schepis, que trabalha desde 2008 na região do estuário, a recuperação das áreas atingidas pela água contaminada será muito lenta.

O Ministério Público Estadual (MPE) estabeleceu um prazo de dez dias para a Ultracargo apresentar explicações sobre as causas do incêndio, e a Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades. Os promotores de meio ambiente planejam cobrar indenização pelos danos ambientais. Já a prefeitura formou uma comissão para colaborar nas investigações.

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