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Hospital Central de Vitória chega a 2 mil atendimentos de AVC

A Unidade de AVC do Hospital Estadual Central é a primeira e única instalação dessa natureza na rede pública de saúde do Espírito Santo e uma das primeiras do Brasil

Hospital conseguiu um grande avanço na investigação para determinar as causas do AVC Foto: ​Divulgação / Sesa

A Unidade de AVC do Hospital Estadual Central, em Vitória, ultrapassou a marca de 2 mil atendimentos, uma média de 58 por mês nos quase três anos de funcionamento do serviço. Referência no acolhimento de vítimas de acidente vascular cerebral (doença popularmente conhecida como derrame) na rede estadual de saúde, o hospital conseguiu, nesse período, um grande avanço na investigação para determinar as causas do AVC em seus pacientes.

Um dos coordenadores da Unidade de AVC do Hospital Estadual Central, a neurologista Rubia Rasseli Sfalsini afirma que todos os pacientes, hoje, deixam o hospital com a causa do AVC definida, ainda que o diagnóstico seja causa indeterminada. Ela explica que isso é importante porque, a partir do momento que se define a causa da doença, é possível adotar medidas de prevenção secundária, ou seja, aquela que pode evitar a ocorrência de outro derrame.

“Realizamos a prevenção com uso de medicamentos e, associado a isso, conseguimos fazer um bom controle dos fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia (aumento do nível de colesterol e de triglicerídeos no sangue), e também orientar o paciente quanto aos riscos do tabagismo, do consumo de bebida alcoólica e do sedentarismo”, detalha a médica.

De acordo com a neurologista, todos os pacientes que sofreram acidente vascular cerebral comprovadamente de origem cardioembólica, principalmente por arritmia cardíaca e outras doenças do coração, são acompanhados no ambulatório de anticoagulação do hospital como medida de prevenção secundária. 

É verdade que nem todos os pacientes que chegam à Unidade de AVC são diagnosticados com a doença. Entretanto, na maioria das vezes necessitam de cuidados. Rubia Rasseli explica que o paciente pode ter tido uma isquemia transitória aguda, por exemplo, o que significa que ele tem um alto risco para desenvolver um derrame nos sete dias seguintes.

“Nem todo paciente chega com AVC, mas são diabéticos, hipertensos ou apresentam outras doenças que podem levar ao acidente vascular cerebral. Em casos selecionados, fazemos o tratamento e realizamos a prevenção primária visando evitar que o paciente venha a ter um AVC”, explica. 

Tratamento

Segundo a coordenadora da Unidade de AVC, os pacientes que chegam ao hospital até quatro horas e meia após o início dos primeiros sintomas têm a chance de passar pelo tratamento trombolítico, um procedimento que dissolve o coágulo e possibilita ao paciente recuperar a função neurológica em 30 a 50% dos casos. 

Por isso a diretora técnica do hospital, Andrea Stefano Saliba, enfatiza ser tão importante que, ao primeiro sintoma (veja lista abaixo), a pessoa entre em contato com o Serviço Móvel de Urgência (Samu) 192 para que possa ser encaminhada ao Hospital de referência em AVC.

“O médico que atender a ocorrência vai avaliar os sintomas e orientar o paciente, caso ele possa ser atendido em outra unidade, ou enviar uma ambulância para que ele seja levado para o Hospital Estadual Central. Via de regra, todos os pacientes atendidos no hospital são encaminhados pela Central Estadual de Regulação de Leitos Hospitalares, pois funcionamos como hospital de retaguarda. A exceção são os casos de AVC, que dão entrada por meio do Samu”, explica Andrea Saliba. 

Estrutura

A Unidade de AVC do Hospital Estadual Central é a primeira e única instalação dessa natureza na rede pública de saúde do Espírito Santo e uma das primeiras do Brasil. A equipe dispõe de neurologista, enfermagem especializada, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo e nutricionista, além da colaboração de equipes de neurocirurgia, cardiologia, cirurgia vascular, entre outras.

Ainda de acordo com Rubia Rasseli, são 21 leitos, com uma estrutura de alto padrão e uma equipe de profissionais altamente capacitados, o que possibilita a realização do tratamento da fase aguda com trombólise e a conclusão com êxito da investigação da causa para a grande maioria dos derrames. “Isso nos permite atuar de forma rápida, garantido a rotatividade dos leitos. Estamos muito felizes pela certeza de estarmos contribuindo com a redução da mortalidade e do número de pessoas com incapacidade por AVC no país através de um tratamento curativo e preventivo”, conclui a neurologista.
 

Aprenda a reconhecer o AVC
 Início súbito de:
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
- Confusão, alteração da fala ou de compreensão do que está ao seu redor;
- Alteração na visão (em um ou ambos os olhos); 
- Alteração do equilíbrio e da coordenação, tontura ou alteração no jeito de andar.

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