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Campanha de vacinação contra gripe termina na próxima sexta-feira

A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, explica que pelo menos 80% do público-alvo da campanha, ou seja, 674.086 pessoas, devem ser vacinadas

No Estado, apenas 44% do público foi imunizado Foto: Divulgação/Prefeitura

Faltam poucos dias para o encerramento da campanha nacional de vacinação contra gripe e o Espírito Santo vacinou menos da metade do público-alvo até às 12 horas desta terça-feira (19). Das 842.608 pessoas (100%) que devem receber a vacina no Estado, 371.295 (44,06%) foram imunizadas. Ainda que abaixo da meta, o Espírito Santo apresenta o 6º melhor índice entre todos os estados brasileiros, cuja média é de 37,02%.

Fazem parte do público-alvo da campanha de vacinação contra a gripe crianças de 06 meses a menores de 5 anos; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores de saúde; povos indígenas; gestantes; mulheres com até 45 dias após o parto; portadores de doenças crônicas; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.

A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, explica que pelo menos 80% do público-alvo da campanha, ou seja, 674.086 pessoas, devem ser vacinadas. Alguns municípios, como Conceição do Castelo (83,57%), Marilândia (86,96,%) e Rio Bananal (84,51%) já alcançaram a meta. Outros, no entanto, como Itapemirim (13,88%), Viana (18,61%) e Piúma (25,45%) estão abaixo do esperado, considerando que a campanha termina nesta semana.

Danielle Grillo recomenda que os municípios avaliem suas estratégias para garantir que o grupo prioritário da campanha não fique sem a vacina. Ela orienta também a população a buscar as unidades de saúde e alerta que a vacina leva até 14 dias para proteger a pessoa, por isso a dose deve ser tomada antes do inverno, que é o período em que ocorre maior circulação dos vírus da gripe. 

“Quem pode ir à unidade de saúde sozinho, busque o serviço o quanto antes. Já no caso de crianças, os pais ou responsáveis devem se atentar para a importância de levá-las ao local de vacinação. A mesma orientação vale para a família de idosos que não têm condições de buscar o serviço de saúde sozinhos”, enfatiza.

Gripe não é resfriado

Assim como a gripe, o resfriado é causado por vírus. Alguns sintomas entre as duas doenças também são parecidos, como presença de coriza nasal, dor de garganta e mal-estar. Mas as semelhanças param por aí. A gripe, ao contrário do resfriado, pode desencadear complicações graves e até levar à morte.

É por isso que o público-alvo da campanha são pessoas com maior tendência para desenvolver complicações em decorrência da gripe, seja porque possuem o sistema imunológico menos desenvolvido, no caso das crianças, ou porque têm o organismo mais debilitado, como é o caso de idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.

Danielle Grillo salienta que a vacina aplicada na gestante protege também o bebê. Ela explica que o corpo da mãe produz anticorpos e os transfere para a criança pela placenta. Dessa forma, o bebê fica protegido enquanto não recebe a primeira dose da vacina, que é aplicada aos 6 meses de vida, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.

Entre os sintomas da gripe estão febre alta, com duração maior do que no resfriado, e mal-estar generalizado, inclusive com dor no corpo. A pessoa fica prostrada, pode ter coriza nasal, dor de garganta e perda de apetite. São sintomas que deixam a pessoa de cama. A gripe não leva necessariamente à internação, mas alguns casos podem evoluir para pneumonia e outras complicações que necessitam de cuidado hospitalar. 

Um quadro de gripe pode complicar doenças cardíacas e levar pessoas idosas, principalmente, a ter infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame). Daí a importância de todas as pessoas que compõem o público-alvo da campanha ficarem atentas ao período de vacinação para que sejam imunizados.

Saiba mais

Como a vacina age no organismo para protegê-lo contra o vírus da gripe?

A vacina é composta por vírus mortos. Injetando o antígeno na pessoa, estimula-se o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença. Assim, a pessoa que tem contato com o vírus já tem o anticorpo para combatê-lo e não desenvolve a doença. E quando desenvolve, ela vem de forma mais branda, sem complicações.

Contra quais vírus a vacina ofertada na campanha protege?

A vacina ofertada na campanha é trivalente, composta pelo vírus A, subtipos H1N1 e H3N2, e pelo vírus B, portanto, é contra esses tipos de vírus influenza que a vacina protege. Apesar de esses vírus serem os mais prevalentes, há uma infinidade de outros que causam gripe, por isso é possível que mesmo quem for imunizado desenvolva a doença.

Mesmo depois de vacinada a pessoa pode pegar gripe?

A vacina contra gripe é feita de vírus mortos, portanto, não existe a possibilidade de a pessoa pegar gripe por que tomou a vacina. Mas ela pode sim adoecer se o vírus estiver incubado antes da vacinação (o vírus pode ficar até sete dias no corpo antes de se manifestar). Outra possibilidade é a pessoa ser infectada por um vírus diferente daqueles que compõem a vacina. 

Por que a vacina da gripe deve ser tomada todo ano?

Porque a proteção dura cerca de um ano. E a cada ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) verifica quais cepas (subtipos de vírus) estão circulando para que a vacina seja produzida a partir das cepas mais prevalentes.

A vacina contra gripe gera reações adversas?

Gera reações leves, que costumam ser resolvidas nas primeiras 48 horas após a vacinação. As principais reações são febre, dor de cabeça e dor no corpo. A recomendação é usar compressa fria no local da aplicação e tomar analgésico quando necessário. Em caso de complicação, é importante procurar um médico ou solicitar orientação no posto onde a vacina foi aplicada.

A vacina contra gripe possui alguma restrição?

Sim. Quem tem alergia grave a ovo ou desenvolveu alergia grave à dose anterior contra a gripe não deve receber a vacina. Em caso de dúvida, consulte um médico. 

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