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Bolsas da Europa fecham em queda com Grécia e turbulência em bônus

Redação Folha Vitória

Londres, 04 - As bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, em meio à turbulência nos mercados de bônus e os receios com a Grécia. Declarações da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, ajudaram a amenizar um pouco o clima, mas a expectativa antes do relatório do mercado de trabalho dos EUA (payroll), amanhã, manteve os investidores cautelosos. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,83%, aos 392,65 pontos.

Os mercados de bônus europeus estão agitados desde ontem. Dados acima do esperado sobre a inflação da zona do euro colaboram para a alta nos yields dos bônus, assim como uma falta de liquidez no mercado, já que o Banco Central Europeu (BCE) vem aumentando as compras de ativos antes do verão (no Hemisfério Norte), quando o mercado tradicionalmente entra em um período de calmaria. Ontem, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que episódios de volatilidade nos mercados são normais e que os investidores precisam se acostumar com isso, indicando que a autoridade não tomará nenhuma medida para suavizar as tensões.

Enquanto isso, segue a novela sobre a negociação para a liberação de recursos para a Grécia pelos credores internacionais. Pela manhã, o presidente do grupo de ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo), Jeroen Dijsselbloem, disse que as divergências entre os dois lados ainda são "bastante grandes". Segundo ele, novos encontros devem acontecer nos próximos dias, mas não necessariamente amanhã. "Não há nenhum motivo em se sentar em uma sala sem ter feito qualquer progresso", disse.

No entanto, Largade veio a público mais tarde e disse que a reunião dos credores com as autoridades gregas ontem foi "construtiva". "Certamente saudamos a reunião construtiva de ontem, que claramente abre uma janela de tempo na qual podemos ouvir com detalhes das autoridades (da Grécia) suas visões, comentários e respostas sobre a nova proposta conjunta apresentada a eles ontem", disse Lagarde, citando uma proposta da União Europeia, do FMI e do Banco Central Europeus (BCE). "Essa proposta demonstra clara flexibilidade por parte dos credores."

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, deve se encontrar novamente amanhã com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para discutir o assunto.

Nesse cenário, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, caiu 0,69%, terminando aos 11.340,60 pontos, bem acima das mínimas da sessão. Entre os destaques de queda aparecem E.ON (-2,77%), HeidelbergCement (-2,41%) e RWE (-2,93%).

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE teve queda de 1,31%, aos 6.859,24 pontos. As mineradoras tiveram fortes perdas (AngloAmerican -4,10%, Antofagasta -2,50%, BHP Billiton -3,18% e Rio Tinto -1,09%).

Em Paris, o índice CAC-40 apresentou baixa de 0,93%, aos 4.987,13 pontos. A EDF caiu 2,76%, após anunciar que vai assumir a principal unidade da Areva SA, como parte de um plano mais amplo de resgate da estatal de energia nuclear. A Sanofi terminou com leve alta de 0,03%, depois que o Departamento de Alimentação e Medicamentos dos EUA deu um aval preliminar para seu medicamento Olipudase Alfa.

O índice FTSE-Mib, de Milão, caiu 1,15%, aos 23.336,50 pontos. Em Madrid, o índice IBEX-35 teve queda de 1,08%, a 11.146,10 pontos. E o índice PSI-20 da Bolsa de Lisboa perdeu 1,07%, terminando aos 5.872,98 pontos. Com informações da Dow Jones.

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