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Mais de 100 casos: contra assédio e insegurança, mulheres realizam manifesto em Camburi

O grupo lembra que, nos casos de assédio a mulheres, os fatos nem sempre são registrados porque a mulher se sente constrangida e, muitas vezes, não comentam nem com a família

Mulheres realizaram uma passeata contra o assédio dentro dos ônibus Foto: Reprodução/Facebook/Transcol Rosa

Um manifesto contra os casos de assédio no transporte coletivo da Grande Vitória reuniu mulheres na manhã deste domingo (5), na Avenida Dante Michelini, na orla da praia de Camburi, em Vitória. De acordo com o grupo que organiza a passeata, Transcol Rosa, há mais de 100 relatos, apenas na internet, sobre casos de assédio.

“Nós queremos reivindicar mais qualidade e segurança. Ressalto que não queremos um ônibus apenas para mulheres, queremos uma condição melhor para o transporte como um todo. Somente neste ano, na página do grupo do Facebook, já recebi cerca de 100 relatos de pessoas que sofreram assédio e, muitas vezes, constrangidas, não registram um boletim de ocorrência”, diz uma das coordenadoras do grupo, Luciene Martins Mota.

Luciene lembra que, nos casos de assédio a mulheres, os fatos nem sempre são registrados porque a mulher se sente constrangida e, muitas vezes, não comentam nem com a família. Por isso, segundo o grupo, não é possível precisar o número de casos.

“Pelo nosso levantamento próprio, a gente consegue constatar que as partes mais críticas em que acontecem mais assédios são, Ibes e São Torquato, em Vila Velha, e Itacibá, em Cariacica. Mas à noite, há vários locais que são muito perigosos para as mulheres. O que a gente busca é, na verdade, um transporte melhor para todos, com segurança”, completa Luciene.

Grupo diz que quer um sistema de transporte coletivo seguro para os usuários independente de gênero Foto: TV Vitória

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb), órgão que administra o sistema Transcol, diz que tem vigilantes orientados para atender a esse tipo de ocorrência, além de cartazes nos coletivos orientando a mulher a denunciar.

“O órgão está atento a esses casos e tem um treinamento específico para os vigilantes dos terminais que podem, inclusive, até levar a vítima para a delegacia registrar o boletim de ocorrência. Nós, também, temos contato direto com as policias civis e militar para ajudar na identificação das linhas que precisam de maior vigilância ou patrulhamento”, afirma o diretor-presidente da Ceturb, Alex Mariano.

A Ceturb disse, também, que a mulher que se sentir como vítima de assédio pode fazer uma denúncia pelo telefone do órgão, 0800 039 15 17, ou pelo endereço eletrônico.

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