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Rio Doce ainda sofre com a seca no norte do ES e deixa de desaguar no Oceano Atlântico

De acordo com especialistas, o desmatamento, uso irregular da água e o processo de erosão às margens do rio estão dentre as origens do problema

Rio Doce sofre com a seca e a degradação humana  Foto: TV Vitória

O Rio Doce, no Norte do Estado, sofre com o assoreamento e a pesca está sendo afetada na região de Regência, em Linhares. A falta de chuva e as ações predatórias do homem contribuem para a degradação do maior curso d’água do Sudeste brasileiro. A TV Vitória sobrevoou a região a bordo do Trovão Azul e pode ver a dimensão do problema.

As águas do rio, que nascem em Minas Gerais e cortam vários municípios capixabas, já não deságuam no Oceano Atlântico. Há dois meses a Barra Mestre, área que dava acesso para os pescadores chegarem ao alto mar, tinha um quilômetro de extensão de água. Agora é um enorme banco de areia, onde inclusive é possível caminhar. 

José de Sabino é pescador e vive do ofício há 40 anos, mas agora teme colocar o barco na água. “O mar do norte é sempre bravo, e o sul é manso, a pesca está um transtorno. Estamos sem opção para pescar”, comentou. Outro pescador que sofre com a situação do rio é Leônidas Carlos, que criou 10 filhos com o pescado. “Nós não temos mais barco para colocar o gelo, e temos uma fábrica de gelo que está parada”.

Uma série de fatores levou essa triste realidade aos pescadores: desmatamento, uso irregular da água e o processo de erosão nas margens do rio estão dentre as origens do problema.

De acordo com Carlos Sangália, secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica de Barra Seca e Foz do Rio Doce, para tentar conter a degradação é preciso recuperar nascentes e vegetação. “O rio sempre fez essas abas de areia, represando em alguns lugares, mas se mantendo. Mas esse processo vem acelerando devido a algumas atividades incontroláveis, que agravaram o assoreamento”, explicou.

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