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Alimentação e treino funcional x dieta e exercícios tradicionais: quem vence essa batalha?

Nutricionista destaca o investimento que tais produtos exigem e dá a dica: “O resultado da dieta e das atividades depende do objetivo de cada um!”

Nunca se ouviu falar tanto em treino funcional e alimentação funcional como hoje em dia. Estamos vivendo uma época de novas tendências para a promoção da saúde e qualidade de vida, e tanto a dieta quanto a prática de atividades físicas têm sido impulsionadas por esses dois. Mas, afinal, o que eles têm de tão especial e diferente?

A alimentação funcional utiliza alimentos e combinações que possuem na sua composição compostos bioativos  Foto: ​Divulgação

Segundo a nutricionista e profissional de Educação Física Silvânia Vasconcelos, da Nutricional, a alimentação funcional utiliza alimentos e combinações que possuem na sua composição compostos bioativos (vitaminas, minerais, antioxidantes, ácidos graxos, fibras, lactobacillus, etc.) que beneficiam o organismo de forma natural e/ou previnem doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e obesidade, dentre outras.

“Na alimentação funcional, o principal foco é a qualidade e especificidade do composto bioativo (presente em verduras, legumes, frutas, dentre outros, que favorecem a saúde, contribuem para o bom funcionamento dos órgãos, e até na prevenção e  combate a doenças) presente no alimento. Já na dieta tradicional, principalmente ocidental, existe uma preocupação (relevante, diga-se de passagem!) com o valor calórico dos alimentos e composição em macronutrientes (componentes da alimentação fundamentais para o organismo: proteínas, lipídeos e carboidratos). As condutas tradicionais utilizadas, também destacam a importância da qualidade e especificidade do composto bioativo, porém com um perfil mais coadjuvante”, explica.

 Treinamento funcional é um método que visa eficiência nas habilidades motoras Foto: Divulgação​

E há quem defenda que quando se une a alimentação funcional com a prática de atividades físicas também funcionais, o corpo pode criar adaptações que melhoram a eficiência na realização de práticas cotidianas e prevenção das “demandas estressoras” à saúde.

Dentro desse contexto, ressalta Silvânia, o treinamento funcional é um método que visa eficiência nas habilidades motoras mais utilizadas no dia a dia ou específicas de um esporte, ou ainda ação motora pessoal como, equilíbrio estático e dinâmico, coordenação, marcha, agilidade, propriocepção, resistência e controle corporal, por exemplo.

Se comparado a um treino comum, o funcional dá mais resultado? A nutricionista questiona: O que é um treino comum? Comum para o quê, para quem? Na verdade, o treinamento funcional em academias tem se destacado por utilizar exercícios mais dinâmicos e de curta duração – puxar, empurrar, correr, saltar, pular corda,... – o que caiu como uma luva para a rotina da maior parte das pessoas.

Isso, aliado aos resultados, que de fato existem, pode explicar o ‘boom’ desse tipo de atividade. Mas, essa questão de melhor resultado vai muito do objetivo particular de cada aluno”.

Silvânia não faz parte do time que define a alimentação e treinamento funcionais como mais um modismo. “Não vejo assim porque existe comprovação científica dos benefícios”, argumenta. No entanto, ela chama a atenção para dois detalhes: “Em geral, pessoas com pouca habilidade culinária ou menor poder aquisitivo, podem apresentar dificuldade na manutenção de um plano alimentar funcional. E tem mais... Se verificarmos os preços, tanto dos produtos e alimentos com alegações funcionais, quanto dos serviços, veremos que não combinam muito com o quadro atual da nossa economia”.

O corpo pode criar adaptações que melhoram a eficiência na realização de práticas cotidianas  Foto: ​Divulgação

Ela ressalta ainda que a discussão se dá em dois campos da área da saúde, onde não existe nada exato: “Hoje eu posso afirmar que certas uvas possuem um composto bioativo com benefícios antioxidantes efetivos. Daqui a 10 anos, porém, podem testar esse composto num público diferenciado, que responderá de maneira contrária. Então, minha recomendação é sempre a mesma para quem deseja cuidar do corpo e da alimentação: procurar um profissional de Educação Física e um nutricionista. Eles vão prescrever a melhor atividade e plano alimentar para cada caso”, conclui.

Alimentação e treino funcional: vantagens e desvantagens

- As vantagens da Alimentação Funcional:

>> Prevenção de determinadas doenças crônicas não transmissíveis;
>> Maior equilíbrio da microbiota intestinal,melhorando a eficiência absortiva e sistema imunológico;
>> Incentivo à alimentação natural e orgânica;
>> Incentivo à prática culinária e aprendizado de técnica dietética;
>> Redução do consumo de alimentos processados;
>> Incentivo à regionalização alimentar e a agricultura local.

- As desvantagens  da Alimentação Funcional:

>> Alegações de propriedades funcionais dos alimentos, sem o devido embasamento científico e registro junto aos órgãos competentes;
>> Alto custo de alguns produtos não regionais;
>> Aumento de reações de sensibilidade a bioativos não tradicionais na cultura alimentar brasileira;
>> Presença de algumas receitas culinárias de execução elaborada;
>> Maior demanda de tempo para preparo dos alimentos;
>> Muita informação sem credibilidade científica sendo vinculada em mídias gerais.

Esses alimentos beneficiam o organismo de forma natural e/ou previnem doenças crônicas  Foto: Divulgação​

- As vantagens do Treino Funcional: 

>> Maior variedade de Exercícios e séries, o que promove mais dinamismo e menor monotonia nos treinos;
>> Incentivo à socialização através de utilização de atividades populares;
>> Maior flexibilidade com relação ao local dos treinos (praia, academia,condomínios, etc);
>> Treinamento de diferentes qualidades físicas;
>> Treinos mais rápidos e Intensos;
>> Resultados mais rápidos, quando bem orientados.
>> Maior estímulo à superação e autoestima.

- As desvantagens do Treino Funcional:

>> Pouco estímulo à hipertrofia muscular;
>> Pode favorecer ao aparecimento/agravamento de lesões quando os exercício são mal orientados;
>> 
Pode necessitar de equipamentos específicos para a sua prática;
>> 
Muita divulgação não confiável por mídias sociais;
>> 
Como todo método, exige maior capacitação profissional para o seu desenvolvimento.

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