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Congresso da Guatemala retira imunidade do presidente, em meio a investigação

Redação Folha Vitória

Cidade da Guatemala - O Congresso da Guatemala aprovou na noite de terça-feira a retirada da imunidade do presidente Otto Pérez Molina, em meio ao aprofundamento de um escândalo de corrupção que gerou a pior crise política no país em quase duas décadas. Por 132 votos a zero, os parlamentares permitiram que promotores investiguem oficialmente Pérez Molina e, se for o caso, lancem acusações formais contra ele por vínculos com uma fraude alfandegária que levou à prisão da vice-presidente do país, Roxana Baldetti.

A vice é acusada de fraude, conspiração e associação ilícita. O caso gerou muitos protestos e levou à renúncia de boa parte de seu gabinete. Ela nega qualquer irregularidade.

General reformado, Pérez Molina, de 64 anos, chegou ao poder em 2011. A decisão é divulgada dias antes da eleição presidencial de domingo - Pérez Molina fica no poder até janeiro e não pode tentar se reeleger.

Ativistas bloquearam a entrada do Congresso na terça, para impedir que os legisladores chegassem para votar. Posteriormente, centenas de pessoas fizeram uma corrente para permitir a entrada em segurança dos parlamentares. Após a votação, centenas de guatemaltecos celebraram. "Esta é provavelmente a primeira vez na histórica política guatemalteca que o Congresso mostra que é o representante do povo e responde", afirmou Anita Isaacs, professora de Ciência Política do Haverford College na Pensilvânia.

A revelação do escândalo na Guatemala foi resultado em grande medida do trabalho da Comissão Internacional Contra a Impunidade, apoiada pela Organização das Nações Unidas. O órgão independente foi criado em 2007 para ajudar o fraco Judiciário nacional a enfrentar os grupos criminosos que surgiram, em meio a uma guerra civil de três décadas que deixou 200 mil mortos e acabou em 1996. Em abril, a agência afirmou que autoridades na agência aduaneira da Guatemala receberam milhões em propinas para reduzir tarifas de importação para alguns clientes. Os envolvidos negam qualquer culpa. Há duas semanas, a agência pediu que a Suprema Corte retirasse a imunidade do presidente para a investigação, o que já havia sido aprovado. Fonte: Dow Jones Newswires.

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