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Ministros europeus divergem sobre resoluções para a crise imigratória

Redação Folha Vitória

Luxemburgo - Ministros de Relações Exteriores da Europa continuam divergindo sobre como lidar com a crescente crise imigratória do continente, apesar das tentativas de autoridades da Alemanha, França e Itália de chegar a um acordo.

"Se as últimas quatro semanas nos ensinaram alguma coisa, foi que não vamos superar a crise se continuarmos a culpar uns aos outros", disse o ministro de Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, que está a caminho de uma reunião de dois dias em Luxemburgo para discutir a crise dos imigrantes.

Steinmeier ainda afirmou que o continente deve trabalhar em conjunto para redistribuir os imigrantes dos países mais afetados pelos fluxos migratórios e oferecer incentivos para que os refugiados não tentem chegar à Europa.

Os ministros da França, Laurent Fabius, e da Itália, Paolo Gentiloni, concordaram com as propostas. Mas os ministros dos países da Europa Central e Oriental, que se opuseram a redistribuição de migrantes nos últimos meses, permaneceram resistentes.

"A Europa deve parar de criar esperanças irreais para que todos possam vir pra cá", disse o ministro de Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó. Ele defendeu resposta do governo Húngaro a imigrantes que se recusaram a serem levados para campos de refugiados fora de Budapeste e disse que seu dever era "corrigir" o que a mídia internacional tem reportado.

As palavras de Szijjártó foram endossadas pelo ministro de Relações Exteriores da Lituânia, Linas Linkevicius, que afirmou que um sistema de redistribuição de imigrantes apenas resolveria as consequências da crise imigratória, mas não as causas.

Linkevicius também questionou as razões por trás do fluxo migratório. "[O fluxo] parece artificial. Existem pessoas vindo de zonas de guerra que querem causar confusão por aqui. Não há dúvida quanto a isso", afirmou.

Em uma carta enviada à representante de Política Externa e Segurança da União Europeia, Federica Mogherini, os ministros da Alemanha, França e Itália propuseram a criação de um sistema de gestão integrada nas fronteiras.

Eles também sugeriram reforçar o financiamento para a Turquia, Líbano, Jordânia e Egito, para que suportem a pressão do fluxo de imigrantes sírios, que fogem da violência do gripo jihadista Estado Islâmico, além de ajuda aos países do oeste da África para que repatriem imigrantes que tiveram asilo negado na Europa.

Em Lisboa, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou que vai aceitar "milhares" de refugiados sírios, em resposta ao clamor popular para que o país ofereça ajuda na crise que o continente enfrenta.

"Dada a dimensão da crise e o sofrimento das pessoas, hoje posso anunciar que vamos fazer mais, proporcionando reassentamento para milhares de refugiados sírios", disse Cameron, acrescentando que o governo vai discutir números exatos com os parceiros e definir mais detalhes na próxima semana. Fonte: Dow Jones Newswires.

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