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Babá ou creche? Veja as vantagens e desvantagens de cada uma

Algumas mulheres acabam abandonando seus empregos para dedicarem-se exclusivamente aos filhos e outras têm o privilégio de poder contar com os pais no cuidado e na educação dos pequenos

A contadora Kamila Cuel achou melhor deixar sua Rebeca com a babá  Foto: ​Reprodução

“Quando ainda estava grávida, alardeava aos quatro ventos que quando minha filha nascesse ela iria para a creche aos quatro meses para que eu pudesse voltar ao trabalho. Nem passava pela minha cabeça ter uma babá dentro da minha casa. No entanto, quando abracei Valentina pela primeira vez, assim que nasceu, revi meus conceitos. Naquele momento vi que não teria coragem de colocar minha menina na creche tão cedo. E recorri à babá”.

O depoimento acima é da jornalista Anna Carolina Moura Sá, apenas mais uma mãe que viveu o eterno dilema: creche ou babá, eis a questão! E de fato, esse é um assunto praticamente obrigatório em rodas de conversas de mãezinhas...

Algumas mulheres acabam abandonando seus empregos para dedicarem-se exclusivamente aos filhos e outras têm o privilégio de poder contar com os pais no cuidado e na educação dos pequenos. Mas para quem não pode seguir esse caminho, restam mesmo essas duas opções. E a escolha entre elas, diga-se de passagem, é bastante pessoal! Além disso, é preciso levar em conta o que será melhor para o desenvolvimento da criança.

A contadora Kamila Cuel achou melhor deixar sua Rebeca com a babá quando ela precisou voltar ao trabalho. Para ela, o fator financeiro foi um dos pontos levados em conta, além da saúde. “Quando a criança vai para creche ela fica suscetível à doença e, até ter uma imunidade boa, a Rebeca nem chegou a ir para creche. Com dois anos eu a coloquei direto na escola”, conta Kamila.

Na opinião da mãe, Rebeca se desenvolveu muito bem enquanto esteve sob os cuidados da babá. “Rebeca é super esperta e inteligente. Como ela foi direto para escola, seu aprendizado potencializou. Com três anos ela já escreve seu nome”, afirma a contadora.

Já a professora Desdêmona Pereira Bahia não pensou duas vezes na hora de matricular Cecília, hoje com 3 anos, na creche. Para ela, o ambiente escolar e a socialização com outras crianças são pontos importantes que favorecem a escola infantil e, na hora de escolher qual, ela decidiu pelo local que contava com professoras que ela já conhecia e, por isso, tinha confiança nelas.

De manhã, Valentina fica com a babá e à tarde vai para a escolinha Foto: ​Reprodução

“Eu gosto do ambiente escolar, porque tem contato com outras crianças, ela aprende a socializar, dividir, se alimentar. Eu gosto de preparar as crianças para o mundo desde cedo, eu acredito nisso. Cecília está com três anos e é independente, sabe resolver seus conflitos, isso é enriquecedor”.

Voltando ao caso de Anna Carolina e de sua Valentina, o que ela e o marido fizeram com a pequena ficou no meio termo entre Kamila e Desdemona. A menina ficou sob os cuidados exclusivos da babá até os 11 meses de idade. E então foi para a creche. Atualmente, ela está com dois anos e seis meses. De manhã fica em casa com a “Tia” Rosa (a babá). E à tarde vai para a escolinha.

“Em casa, com a babá, ela tem uma estrutura que me deixa tranquila para os momentos, por exemplo, em que está doentinha e não pode ir à aula. No entanto, é na creche onde Valentina se desenvolve de maneira efetiva. A Rosa também a estimula muito, mas o estímulo da escola é diferente”, argumenta a jornalista.

O que levar em conta

Escolher entre pais, babá ou creche não é um martelo batido. Às vezes é preciso experimentar, saber se a criança vai se adaptar, se os pais podem ficar tranquilos. O que funcionou com um filho pode não ter a mesma eficiência com o outro.

Contar com a ajuda de uma babá tem suas vantagens, entre elas a praticidade de a criança ficar em sua casa, num ambiente familiar, com seus brinquedos, a exclusividade do cuidado e a prevenção de algumas doenças transmitidas por outras crianças. Entretanto, ela deve ser de extrema confiança e a legalização da PEC das Domésticas trouxe um aumento para o custo com essa profissional.

Por outro lado, escolas trazem a interação entre as crianças, a experiência de um corpo pedagógico preparado para o ensino infantil e o compromisso de uma instituição legalmente responsável pelo seu filho. O risco de transmissão de doenças existe sim, além da atenção dos professores que precisa ser dividida entre os alunos e os horários, que nem sempre são flexíveis.

Para a pedagoga Yasmim Plaster, a interação entre as crianças é uma das principais vantagens oferecidas pela creche. “A criança é um ser social e precisa do convívio com outras crianças para crescer enquanto ser humano, aprender limites, respeitar as diferenças e até mesmo entrar em conflito em determinados momentos, pois através deles a criança aprende a se comunicar, conhece opiniões diferentes da sua. É função da escola promover o acesso ao conhecimento e tornar o ato de conhecer criativo e prazeroso, desenvolvendo dessa forma a autonomia, a liberdade e o senso de responsabilidade das crianças. Isso tudo acontece através da interação entre as crianças, algo que a creche oferece e a babá não”, explica.

A Mestre em Educação e psicopedagoga Maria José Cerutti Novaes acredita que, caso os pais optem pela babá, é preciso observar sua formação para que ela esteja preparada para auxiliar no desenvolvimento da criança. Já no caso da creche, é preciso observar sua metodologia e seu ambiente.

“Quando se trata de uma criança com um ou dois anos, a creche precisa ser bem aparelhada e ter todos os cuidados com ela, além de profissionais com boa formação para orientar o aprendizado. Sobre o risco de doenças, depende do ambiente da creche, por isso os pais devem ver se a creche tem todos os cuidados com higiene, um ambiente arejado e preparada para evitar risco de acidentes”.

Seja na escola ou em casa, com a babá, o mais importante é respeitar a idade biológica e intelectual da criança e seus relacionamentos com os amiguinhos. Por isso, não adianta ter uma babá se a criança fica diante de computador ou não desce para brincar com outras da mesma faixa etária ou fica fechada em uma sala de aula com objetos fora de sua realidade.

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