Governo do Estado reúne informações para entrar com novas ações contra a Samarco
Comitê Gestor da Crise Ambiental no Rio Doce realizou sua primeira reunião nesta terça-feira. Grupo também vai propor ações para minimizar impacto da lama com resíduos de mineração
Integrantes do Governo do Estado estão reunindo informações para servir como base para uma nova ação civil pública contra a mineradora Samarco, empresa responsável pela barragem de Fundão, que rompeu no último dia 5 em Mariana-MG e provocou um desastre ambiental que já atingiu o Espírito Santo. O Comitê Gestor da Crise Ambiental no Rio Doce realizou sua primeira reunião nesta terça-feira (17), na sede do Corpo de Bombeiros, em Vitória.
Segundo o governo, além de propor projetos e atividades para minimizar o impacto negativo da passagem da onda de lama, contendo rejeitos de minérios da Samarco, no Espírito Santo, o comitê pretende coletar e discutir informações que servirão como fundamento para futuras ações civis contra a mineradora.
"Já ajuizamos uma ação cautelar contra a Samarco, reforçando o auto de intimação emitido pelo Iema em âmbito administrativo, esta ação cautelar é o início para uma segunda ação civil pública, porque antes não tínhamos uma previsão do que poderia ocorrer", afirmou o procurador geral do Estado, Rodrigo Rabello.
O grupo foi criado no último sábado (14) pelo governador Paulo Hartung. Por meio dele, serão analisados relatórios e laudos técnicos, resultado de coletas das amostras de água que estão sendo feitas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hidricos (Iema) e pela Samarco, além de estudos promovidos pela área acadêmica.
"Entre as tarefas determinadas hoje [terça-feira] aos integrantes deste grupo estão que eles comecem a quantificar os danos causados ao meio ambiente, à economia do Estado e também à população", afirmou o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rodrigo Júdice, que coordena o Comitê.
O secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, fez uma explanação de todas as medidas já adotadas até o momento. "Estamos atuando de forma totalmente integrada e preventiva. Nossa primeira preocupação foi em relação à segurança da população e ao abastecimento das cidades. Contamos com a solidariedade de outras prefeituras e empresas. Agora passamos a nos preocupar também com os impactos ambientais e sociais da passagem da lama pelo Espírito Santo", afirmou.
Também compõem o Comitê: o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto; o comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar; Coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa; Comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, Tenente Coronel Francisco José Silva Gomes; a diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Sueli Tonini; o diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), Paulo Paim; e o procurador geral do Estado, Rodrigo Rabello.
O Governo do Estado destaca ainda que nada impede que o grupo se articule também com outras instituições que estejam envolvidas em ações voltadas para o Rio Doce.