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Navio da Marinha vai monitorar litoral capixaba a partir de 11 pontos na foz do Rio Doce

Embarcação chegou nesta quinta-feira a Regência, em Linhares. Também será feito o monitoramento em linha reta mar adentro, da boca da foz até a queda da plataforma continental

Navio chegou à região de Regência nesta quinta-feira Foto: Fred Loureiro/Secom-ES

O navio hidroceanográfico "Vital de Oliveira", da Marinha do Brasil, vai realizar o monitoramento no litoral capixaba a partir de onze pontos distribuídos pela foz do Rio Doce. A embarcação chegou nesta quinta-feira (26) à região de Regência, no litoral de Linhares, norte do Estado, onde fica a foz do rio. Também será feito o monitoramento em linha reta mar adentro, da boca da foz até a queda da plataforma continental. 

A malha amostral do monitoramento, que será feito por meio dos equipamentos do navio, de forma radial e com um ponto centralizado, foi definida nesta quinta. Além disso, durante o dia foram realizadas demonstrações das potencialidades da embarcação, considerada a mais moderna da Marinha, para a realização de pesquisa, e se destaca pelo grande número de equipamentos científicos a bordo.

A embarcação será utilizada para mensurar os impactos da lama com rejeitos de mineração da Samarco na foz do Rio Doce e no litoral capixaba. Nela estão técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e pesquisadores de universidades.

O Vital de Oliveira estava realizando sua primeira missão em Fernando de Noronha e foi deslocado para o Espírito Santo, para analisar a qualidade da água atingida pelos resíduos de minério provenientes das barragens rompidas em Mariana-MG. A embarcação retorna na próxima segunda-feira (30), pois pode ser que algumas análises tenham de ser feitas em terra. Na quarta-feira (02), ele retorna para Regência.

O propósito do Navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHO) Vital de Oliveira é servir como Plataforma Marítima, Laboratório Oceânico e Laboratório Multiuso, sendo empregado prioritariamente em prol do monitoramento e caracterização física, química, biológica, geológica e ambiental de áreas oceânicas estratégicas. Há 30 equipamentos de ponta na embarcação, entre eles o CTD Rossette para coleta de na água de diferentes camadas e sonares com diversas frequências.

Recursos Hídricos

Nesta quinta-feira (26), foi realizada uma reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), instância do Sistema Estadual de Meio Ambiente. A ideia era esclarecer a todos sobre as ações que estão sendo tomadas pelo Iema e a AGERH em função da presença da lama de rejeitos da Samarco no Rio Doce e em sua foz, assim como as atividades que vêm sendo feitas pela Samarco e acompanhadas pelo Governo do Estado.

O encontro, além dos membros do colegiado como irrigantes, sociedade civil organizada, empresas e companhias de abastecimento, contou com a presença também de representantes dos Comitês de Bacia do Rio Doce, dos Pontões e Lagoas, do Barra Seca e da Foz do Rio Doce, do Santa Maria da Vitória e do Guandu, todos da porção capixaba do Doce. 

Também estava presente o procurador da Prefeitura de Colatina, Leonardo Souza, assim como o presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), Paulo Paim.

Na ocasião, o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rodrigo Júdice, que preside o CERH, destacou a importância da criação de um fundo por meio de negociações com o governo Federal e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo com o intuito de mitigar os danos causados a foz e para a sua recuperação. 

"O Comitê do Doce já recebe recursos da Cobrança pelo Uso da Água para serem aplicados em prol de ações na bacia, como tratamento de esgoto, reflorestamento e desassoreamento. Nós reconhecemos o Plano de Recursos Hídricos do Doce já em andamento. O Estado também contribui com o Programa Reflorestar e a ANA com o Produtores de Água, assim como ONGs por meio do Instituto Terra com o Projeto Olhos D’Água. O que temos que pensar é como será a inclusão desses atores no processo de recuperação da foz. Há um interesse coletivo, mas precisamos nos organizar e temos elementos legais para isso", afirmou.

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