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“Passei por momentos de muita tensão”, diz tenente capixaba que atuou em Mariana

A ação em Minas Gerais durou dez dias ininterruptos. Eles trabalharam e enfrentaram as mais extremas adversidades pela dificuldade de deslocamento no terreno

A equipe esteve em Mariana para reforçar as buscas Foto: Divulgação

Após dez dias de trabalho no município de Mariana, em Minas Gerais, a equipe de operações com cães (K9) do Corpo de Bombeiros deve retornar ainda nesta quinta-feira (19) ao Espírito Santo. O grupo, com quatro militares e três cães, chegou ao município mineiro para reforçar as ações de resgate e busca aos corpos dos desaparecidos após o rompimento da barragem.

A equipe será recebida pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa, e uma comitiva de oficiais. A ação em Minas Gerais durou dez dias ininterruptos. Eles trabalharam e enfrentaram as mais extremas adversidades pela dificuldade de deslocamento no terreno, em locais repletos de lama densa.

Por conta disso, eles precisaram diminuir os intervalos de descanso. “As demais equipes que lá estiveram foram substituídas e a nossa atuou até o limite da segurança estabelecido pelo protocolo de buscas desta natureza, obrigando-nos a desmobilizar e retornar ao Estado”, disse o tenente Felipe Mello, que comandou a equipe capixaba. 

O grupo retorna nesta quinta-feira ao Estado Foto: Divulgação

Segundo o tenente, foram momentos difíceis vividos pelos militares. Ele relatou que não foi visto pela equipe do helicóptero de resgate no final de um dia de operação e só conseguiu ser retirado da lama ao utilizar um sinalizador de emergência. A aeronave já estava indo embora. “Passei por momentos de muita tensão e vivenciei experiências que já marcaram minha carreira tão recente”, contou.

De acordo com o tenente coronel Leonardo Meriguetti, coordenador da atividade de operações, que monitorou o trabalho realizado em Minas Gerais, o trabalho da equipe capixaba foi necessário. “Nosso trabalho foi fundamental para indicar áreas que não possuíam corpos, evitando assim ações desnecessárias pelos bombeiros empregados nas buscas. Nossos cães ainda encontraram partes de corpos humanos, o que auxiliou no trabalho de identificação das pessoas desaparecidas”, afirmou. 

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