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Risco de rompimento de barragens no Espírito Santo é mínimo, garante Agência de Recursos Hídricos

De acordo com o diretor, essas estruturas, por operarem com maior frequência, possuem uma rotina de inspeção muito maior do que as pequenas barragens

Represa de Rio Bonirto, na região de Santa Maria de Jetibá, vem auxiliando o abastecimento de água na Grande Vitória  Foto: Divulgação / EDP Escelsa

A enchente que atingiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), por conta do rompimento das barragens de Fundão e Santarém, ocorrido na tarde de quinta-feira (05), provocou grande destruição na região e pode afetar inclusive alguns municípios capixabas. No entanto, de acordo com a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), as chances de ocorrer um rompimento de barragem no Espírito Santo, como o que aconteceu em Minas Gerais, são mínimas.

Segundo o diretor de infraestrutura e reservação hídrica da Agerh, Robson Monteiro, não há risco identificado, ao menos por enquanto, de rompimento nas barragens de grandes proporções localizadas no Espírito Santo que, em tese, teriam um potencial muito maior para provocar inundações. De acordo com o diretor, essas estruturas, por operarem com maior frequência, possuem uma rotina de inspeção muito maior do que as pequenas barragens, geralmente construídas em propriedades particulares.

"É claro que é impossível garantirmos que não existe risco de ocorrer o rompimento de uma grande barragem no Espírito Santo, já que a engenharia sempre trabalha com esses riscos. Mas até o momento não há qualquer indicação de que isso possa ocorrer aqui no Estado. A fiscalização a essas barragens é feita constantemente", ressaltou.

Monteiro explica que o órgão responsável pela fiscalização das barragens varia conforme a finalidade para qual ela é construída e o seu tamanho. Segundo ele, no Espírito Santo as principais barragens são utilizadas para a produção de energia elétrica e para abastecimento da população. As primeiras são fiscalizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que é a agência reguladora do setor, e as demais pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e pela própria Agerh.

De acordo com o diretor da agência, no Espírito Santo não existe nenhuma barragem de rejeito de minério, que é o mesmo tipo das que romperam em Minas Gerais. "A própria Samarco tem uma barragem em Anchieta, mas de rejeito de resíduos industriais, que é bem diferente das que romperam em Mariana, que são de rejeito de mineração. Essa barragem de rejeito de resíduos industriais é fiscalizada, aqui no Espírito Santo, pelo Iema (Instituto Estadual do Meio Ambiente)", explicou.

Segundo Monteiro, atualmente a maior barragem do Espírito Santo, em termos de volume, é a de Rio Bonito, localizada em Santa Maria de Jetibá, região serrana do Estado, que possui capacidade para 26 milhões de metros cúbicos. Com a falta de chuva que atinge o Espírito Santo e o risco iminente de falta d'água, essa barragem, que pertence à EDP Escelsa e foi construída para servir à produção de energia elétrica, vem sendo utilizada como reservatório, para auxiliar no abastecimento de água para a população da Grande Vitória.

Sobre um possível rompimento dessa estrutura, Monteiro garante que a população de Santa Maria de Jetibá não tem motivos, ao menos até o momento, para temer uma catástrofe desse tipo. "Certamente uma eventual queda de uma barragem desse porte, com capacidade para 26 milhões de metros cúbicos, provocaria estragos enormes na região. Principalmente se considerarmos que ela tem ajudado consideravelmente a reduzir o impacto da seca no Estado, auxiliando no abastecimento da Grande Vitória. Mas a estrutura da barragem não apresenta problemas e o risco de uma tragédia como essa acontecer é muito pequeno", frisou.

O diretor destacou ainda que a primeira barragem pública do Estado está sendo construída no município de Pinheiros, no norte do Estado, e servirá para o abastecimento à população. Segundo ele, a capacidade desse reservatório será de aproximadamente 14 milhões de metros cúbicos, pouco mais que a metade da capacidade de Rio Bonito. A previsão do Governo do Estado é que essa e outras barragens estejam disponíveis para população até o ano que vem.

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