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Surfistas capixabas fazem protesto em Vitória contra lama que chegou a Regência

Os manifestantes se organizaram na Praça do Papa, na Enseada do Suá, em Vitória e saíram pelas ruas da capital até chegar a sede da Vale, na noite da última quinta-feira

Os manifestantes saíram pelas ruas de Vitória com pranchas encima dos carros e fazendo buzinaço Foto: TV Vitória

Surfistas capixabas realizaram um protesto, na noite da última quinta-feira (26), na Avenida Dante Michelini, em Vitória. O motivo da manifestação foi a tragédia no Rio Doce. Eles reclamaram das condições da praia de Regência, no litoral norte do Espírito Santo. 

Uma das faixas da avenida foi tomada por carros com pranchas no teto e muito buzinaço. Nos automóveis, vários cartazes ilustravam o motivo do protesto. A manifestação começou a ser organizada no último final de semana, quando um grupo de amigos estava em Regência acompanhando de perto os estragos da lama.

"Realmente essa lama  é destruidora. Das 900 famílias que vivem na vila, praticamente 99% dependem da pesca, e eles não vão poder pescar mais. Algumas viviam do turismo e não vão poder mais. A situação é trágica”, disse o empresário que participou do protesto Eliadson Cavalcanti. 

Durante a carreata, Eliadson usou uma máscara consagrada nos cinemas de uma personagem que causa a morte de várias pessoas. Segundo os manifestantes foi exatamente isso que aconteceu nas barragens da Samarco que se romperam em Mariana, Minas Gerais, no começo do mês. 

Segundo os organizadores cerca de 200 carros participaram do protesto. Eles se organizaram na Praça do Papa, na Enseada do Suá, em Vitória e saíram pelas ruas da capital até chegar à sede da Vale. 

Ana Lúcia é uma das moradoras da vila de pescadores. Ela contou que a situação por lá é desesperadora. O principal medo é com o futuro do mar e do rio, já que a fonte de renda das famílias é a pesca.”O rio e o mar morreram, mas nós temos a terra e a esperança”. 

Cor do mar em Linhares assusta e revolta internautas Foto: Divulgação Jhony Souza/Capixaba da Gema/Facebook

Chegada da lama em Regência

A chegada da lama na Praia de Regência, no litoral norte do Espírito Santo, mudou a cor do mar no domingo (22), em Linhares. Internautas e moradores da região postaram diversas fotos nas redes sociais assustados com o desastre ambiental causado pelo rompimento das barragens da Samarco, em Mariana, em Minas Gerais. 

Apontado como maior desastre ambiental já ocorrido no Brasil, o rompimento de barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), já teria provocado a morte de peixes e da mata ciliar, além de ter soterrado o distrito de Bento Rodrigues.

Depois de ter passado pelos municípios capixabas de Baixo Guandu e Colatina, a lama alcançou o mar de Linhares. Nas redes sociais, as postagens variam da preocupação à revolta.

Por nota, a Samarco informou que, em função do ocorrido em sua barragem, está utilizando nove quilômetros de barreiras de contenção para proteger as áreas mais sensíveis do estuário localizado em Regência. 

A empresa reitera que as consequências que não puderem ser mitigadas com essas ações estarão cobertas pelo Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) preliminar, assinado com o Ministério Público do Espírito Santo, Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho que prevê medidas que visam a garantir o abastecimento de água em áreas atingidas, a apresentação do Plano Emergencial de Contenção, Prevenção e Mitigação dos Impactos Ambientais e Sociais, além da disponibilização de canais de comunicação com as comunidades dos municípios de Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Marilândia.

Para execução do seu Plano de Recuperação Ambiental, a mineradora infomou que contratou uma consultoria especializada de classe mundial, com expertise em engenharia, meio ambiente e emergências ambientais. A empresa se dedicará à elaboração dos planos, gestão e supervisão das ações que serão implementadas em todas as áreas atingidas pelo ocorrido na barragem, incluindo os municípios localizados ao longo do Rio Doce.

Paralelamente à contratação da consultoria, a Samarco estuda parcerias com outras instituições ambientais para a recuperação ambiental de mananciais de água ao longo do Rio Doce.

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