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Mais de 200 kg de peixes estão 'encalhados' em Baixo Guandu com lama no Rio Doce

Pescadores da região de Mascarenhas reclamam que não podem mais trabalhar e não conseguem sequer vender o que foi pescado um mês antes do desastre

Pescadores reclamam da dificuldade de vender os peixes pescados bem antes da chegada da lama a Baixo Guandu Foto: Ana Carolina Monteiro/TV Vitória 

A lama com rejeitos de mineração, proveniente do rompimento da barragem da Samarco na cidade mineira de Mariana, não só provocou estragos, afetou o meio ambiente e deixou milhares de pessoas sem água nas regiões por onde passou. Pescadores da região de Mascarenhas, em Baixo Guandu, um dos municípios capixabas prejudicados pelos resíduos de minério que atingiram o Rio Doce, estão amargando um enorme prejuízo. 

Além de não terem condições de pescar na região, eles não estão conseguindo mais vender os peixes estocados. Isso ocorre, segundo eles, porque os consumidores estão com medo de comprar o material, temendo que ele esteja contaminado pela lama de minério. No entanto, os trabalhadores garantem que os animais foram pescados cerca de um mês antes da chegada dos rejeitos e, portanto, não há perigo de contaminação.

O total de peixes estocados, prontos para serem vendidos, chega a 200 quilos, segundo os pescadores, o que equivale à venda de um final de semana inteiro. Eles contam que, com a notícia do rompimento das barragens em Minas Gerais e a chegada da lama ao Rio Doce, os consumidores ficaram com medo da água ter contaminado os peixes.

A comunidade de Mascarenhas também vem sofrendo com a falta de água, desde a chegada da lama ao município, já que a única fonte para o abastecimento da população era o Rio Doce. Agora a água que chega às torneiras dos moradores é transportada por carros-pipa. Em seguida, ela é tratada e distribuída.

Já no centro de Baixo Guandu e nos bairros vizinhos, o abastecimento segue normalmente. A água deixou de ser captada no Rio Doce pouco antes da lama chegar ao município. Desde então, o abastecimento da cidade é feito a partir do Rio Guandu. Mesmo assim, o prefeito Neto Barros afirma que todos têm vivido tempos muito difíceis no município.

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