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PM joga bombas de efeito moral em estudantes e isola DP

Redação Folha Vitória

São Paulo - Um grupo de homens da Força Tática da Polícia Militar atirou ao menos quatro bombas de efeito moral contra estudantes que tentavam chegar ao 14º Distrito Policial (Pinheiros), na zona oeste da capital, onde quatro ativistas, sendo três maiores de idade e um menor, estão detidos após participação em protestos contra a reorganização da rede estadual de ensino em São Paulo, promovida pelo gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Dois jovens foram detidos durante a confusão, entre eles a estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero Isabela Barbosa, de 21 anos.

A PM fechou a Rua Deputado Lacerda Franco no trecho em frente à delegacia para que os jovens não consigam chegar ao local. Até mesmo comerciantes e moradores foram impedidos de passar pelo cordão de isolamento feito pelos policiais.

Antes do grupo entrar na rua, uma equipe da PM tentou prender um estudante e um policial pegou uma carteira que estava na mão de um dos manifestantes para tentar agredir os jovens.

"Eu sou maior de idade, estava avisando aos secundaristas quando eles iam jogar bombas, aí eles me prenderam. Dá foco aos secundaristas, eu não quero ter foco, eu sou de maior e quem precisa de foco é eles", disse Isabela, enquanto era conduzida pelos policiais. "Ele (policial) falou que eu fui presa porque desacatei uma ordem dele de sair de trás do pelotão e ir para junto dos meninos. Só que eu tenho direito de ir e vir."

Reorganização

Em setembro, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, divulgou uma reforma para que as escolas estaduais tenham ciclo único. A medida faz com que 754 unidades ofereçam só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 mil alunos serão transferidos e 93 escolas, fechadas.

O governo tem enfrentando oposição porque não dialogou com as comunidades escolares antes do anúncio do projeto. As Faculdades de Educação da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já repudiaram os argumentos pedagógicos da proposta. Pesquisadores ligados à Universidade Federal do ABC (UFABC) também apontaram fragilidades no estudo da secretaria que baseou a reforma.

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