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Rompimento de barragens completa um mês e municípios capixabas ainda sofrem com reflexos da lama

Mineradora agradeceu em nota a ajuda que recebeu direta e indiretamente, e aponta que medidas foram tomadas para minimizar os prejuízos da tragédia

Municípios mineiros foram soterrados pela lama de rejeitos Foto: Agência Brasil

Neste sábado (05) completa-se um mês do rompimento das barragens de rejeitos de mineração da Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais.

 A onda de lama deixou pelo menos 13 mortos, oito pessoas continuam desaparecidas e mais de 160 famílias foram atingidas, segundo o Corpo de Bombeiros. Só no distrito de Bento Rodrigues das 251 edificações, 207 foram soterradas.

Os motivos, no entanto, que realmente levaram ao rompimento das barragens, ainda não foram completamente esclarecidos. Também são muitas as especulações sobre o tempo necessário para a recuperação do Rio Doce, além das dimensão total que a lama pode atingir.

As barragens se romperam no dia 05 de novembro, por volta das 15h30, em Bento Rodrigues. A onda de lama seguiu destruindo o distrito e atingiu o Rio Doce. De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, 35 municípios mineiros foram afetados.

Um relatório preliminar do IBAMA dá conta de que mais de 600 Km do Rio Doce foram atingidos pelos rejeitos, que chegou à Baixo Guandu, no Espírito Santo, no dia 16 de novembro. A captação de água do Rio foi suspensa, e o município teve que realizar às pressas uma obra para captação do Rio Guandu. No entanto, de acordo com a prefeitura, o distrito de Mascarenhas, que só tem o Rio Doce como fonte de água, está sendo abastecido por carros pipa.

Lama em Regência Linhares Foto: Divulgação/Fred Loureiro/Secom-ES

Em Colatina, os mais de 122 mil moradores foram afetados, já que a captação de água é feita principalmente pelo rio atingido. De acordo com a prefeitura, no dia 23 de novembro a captação e o tratamento de água foram reiniciados, mesmo assim a Samarco mantém 16 pontos de distribuição de água potável na cidade.

A lama também atingiu Regência, em Linhares. O município não teve o abastecimento interrompido porque a captação não é feita por esse rio. No entanto, barragens foram construídas para que a lama não atingisse alguns afluentes, como o Rio Pequeno. Segundo a prefeitura, as praias de Povoação e Regência, também foram interditadas por causa dos rejeitos.

De acordo com as prefeituras dos municípios capixabas atingidos, os prejuízos ainda não foram contabilizados, nem o número exato de quantas pessoas foram afetas após a tragédia.

O dano ambiental ainda está sendo avaliado. De acordo com o IBAMA a lama chegou ao oceano no dia 21 de novembro. Das mais de 80 espécies de peixes apontadas como nativas da bacia, 11 são ameaçadas de extinção e 12 eram espécies que existiam apenas no rio. Áreas de preservação ambiental também foram afetadas.

Diversas ações judiciais contra a mineradora Samarco, que é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP, estão em andamento.  Multas milionárias estão sendo aplicadas por vários órgãos ambientais e judiciais.

Samarco

Em um comunicado, divulgado na manhã desta sexta-feira (04), no site da mineradora, a Samarco informou que a empresa está consternada pelo ocorrido e que desde o primeiro momento mobilizou todos os recursos disponíveis.

A empresa também fez um balanço das ações realizadas. Os dados indicam que mais 640 famílias estão recebendo atendimento psicossocial, que 115 famílias estão em casa alugadas e outras 139 estão em hotéis e pousadas. Na área ambiental mais de 4.600 animais resgatados estão recebendo assistência e 150 mil peixes foram resgatados. 

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