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EUA e China divergem sobre Coreia do Norte e áreas do mar do Sul da China

Redação Folha Vitória

Pequim - Os Estados Unidos e a China discutiram nesta quarta-feira sobre como lidar com o mais recente teste de armas nucleares da Coreia do Norte e as crescentes tensões sobre as disputas territoriais no Mar da China Meridional.

Depois de se reunirem por mais de quatro horas em Pequim, em que ambos os países chamaram as discussões de "sinceras e construtivas", o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, no entanto, apresentaram agudamente posições opostas sobre as duas questões em uma entrevista coletiva.

Kerry reconheceu que "as nossas diferenças vão continuar a nos testar", mas salientou que, quando os Estados Unidos e a China são capazes de trabalhar em conjunto, incluindo no acordo nuclear do Irã e as alterações climáticas, os benefícios são mundiais.

Sobre a Coreia do Norte, Kerry disse que os Estados Unidos queriam uma nova ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas que possa impor "novas medidas significativas" para punir Pyongyang por causa de seu recente teste nuclear realizado no início deste mês e um aumento da pressão sobre a Coreia do Norte para voltar às conversações sobre desarmamento.

Wang disse que a China concordou com a necessidade de uma nova resolução, mas sugeriu que Pequim não apoiaria novas sanções. "As sanções não são uma saída", disse ele.

"A nova resolução não deve provocar nova tensão na situação, ainda menos desestabilizar a península coreana", disse Wang.

Kerry observou que as sanções tinham trazido o Irã para a mesa de negociação nuclear. "Sanções mais significativas e impactantes foram postas em prática contra o Irã, que não tem uma arma nuclear, ao contrário da Coreia do Norte, que possui", disse Kerry.

"Todas as nações, particularmente aquelas que buscam um papel de liderança global, ou que tenham um

papel de liderança global, têm a responsabilidade de lidar com essa ameaça", acrescentou Kerry, referindo-se a China.

Wang se ofendeu com as queixas dos EUA de que a China não está fazendo o máximo que pode com a alavancagem que tem sobre a Coreia do Norte para parar o comportamento desestabilizador. Ele observou que a posição da China tem sido consistente ao se opor ao programa de armas nucleares da Coreia do Norte e apoiar uma resolução diplomática sobre o assunto.

Kerry, porém, prosseguiu, dizendo que a China é o principal elo da Coreia do Norte para o mundo exterior, e que poderia fazer mais para limitar as operações de fronteira que beneficiam o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e seu governo.

Em outro ponto, Kerry também exortou a China por deter a recuperação de terras e construir pistas de pouso em áreas disputadas do Mar do Sul da China, passos que têm alarmado seus vizinhos menores.

Wang, que negou que a China estava fazendo nada além de proteger sua soberania territorial, rejeitou as acusações dos Estados Unidos e de outros países de que a China não estava interessada em resoluções pacíficas para as disputadas ou militarizadas áreas. "Não podemos aceitar a alegação de que as palavras da China não estão sendo acompanhadas por ações".

A China, que reivindica soberania de grande parte do território do mar da China Meridional, rejeita alegações de países como Filipinas e Vietnã e tem se irritado com as advertências dos EUA que suas atividades ameaçam a liberdade de navegação em algumas das mais movimentadas rotas marítimas comerciais do mundo. Taiwan, Malásia e Brunei também têm reivindicado áreas em regiões do mar, que passam cerca de US$ 5 trilhões em comércio mundial a cada ano.

Os EUA diz que não toma posição sobre as reivindicações, mas diz que a evolução da Mar do Sul da China são um interesse de segurança nacional. Ele pediu que as disputas sejam resolvidas pacificamente e que um código de conduta vinculativo seja estabelecido para a área.

As tensões aumentaram desde que Pequim transformou sete contestados recifes em ilhas, onde agora está agora construindo pistas e instalações que pretendentes rivais dizem que podem ser para uso militar. No entanto, a China afirma que construiu as ilhas principalmente para promover a segurança em viagens civil e pesca. Fonte: Associated Press

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