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Especialistas capixabas ensinam como se prevenir de queimaduras por água-viva no verão

No ano passado, segundo a Sesa, foram registrados pelo Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen) três casos de queimadura por água-viva

A recomendação é não se aproximar desses amimais Foto: Reprodução

O período mais quente do ano também é o período mais propício para os casos de banhistas feridos por águas-vivas. É no verão que muitos desses animais aquáticos são levados pelas correntezas para a costa do Espírito Santo e de todo o país. Além disso, é no calor que as praias ficam cheias e a possibilidade de pessoas queimadas aumenta.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no ano passado foram registrados pelo Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen) três casos de queimadura por água-viva.

“Os acidentes acontecem normalmente em praias e o primeiro atendimento deve ser feito no local. A pessoa assim que sentir dor ou ardência deve lavar a região afetada com água do mar ou vinagre. Nunca colocar a mão sem proteção para tirar os restos do animal. Para tirar os restos é necessário usar luvas ou pinças. Quando isso acontecer a pessoa deve pedir ajuda ao guarda-vida na praia”, disse o coordenador do Toxcen, Nixon Souza Sessi.

De acordo com a dermatologista Ana Flávia Mol, esses casos são muito comuns entre crianças, pois se distraem mais e não percebem a presença desses animais. “O cuidado logo após a queimadura é muito importante. A pessoa que foi queimada não pode passar no chuveiro da praia e nem jogar nenhum tipo de água doce no ferimento. Isso porque esses animais liberam uma toxina que é responsável por causar a queimadura. Se o ferimento entrar em contato com água doce, mais toxina será liberada e a queimadura será mais grave”, explicou a médica.

Segundo o coordenador do Toxcen, a maioria dos casos são leves e moderados. As pessoas podem sentir de ardência e queimação a dor intensa e pode durar de minutos a horas. “Quem usar o vinagre pode neutralizar o veneno, aí muitas vezes não precisa de outro tratamento, mas caso apresente inchaço ou falta de ar é necessário procurar um médico. Isso acontece principalmente quando os locais atingidos são na face ou no pescoço”, afirmou Sessi.

Casos mais graves, com lesões grandes ou com bolhas, também podem ser preocupantes, segundo os especialistas. Há também pessoas que podem apresentar alergias por conta da toxina liberada. Enjôo e falta de ar também podem ser sintomas. “Essas queimaduras, por conta da toxina que é liberada, podem causar até um choque anafilático e a pessoa vir a óbito”, destacou Ana Flávia.

Quem precisar de atendimento e orientação pode entrar em contado com o Toxcen através do 08000 283 9904, pois o atendimento é gratuito.

Cuidados na praia 

O oceanógrafo Agnaldo Silva Martins explicou que é comum o aparecimento desses animais durante o verão. Segundo ele, apenas os tentáculos das águas-vivas causam as queimaduras. “Algumas tem tentáculos curtos e outras, como a caravela, que é muito bonita e flutuante, tem tentáculos longos que chegam a aproximadamente 10 metros. A pessoa pode tentar se aproximar para ver e se queimar sem chegar perto”, disse. 

De acordo com Martins, a recomendação é não se aproximar desses amimais e evitar entrar em águas onde as águas-vivas aparecem. “Mesmo depois de encalhadas e mortas elas continuam queimando, até mesmo os pedaços dos tentáculos podem queimar. Basta a pessoa encostar nesses tentáculos que o animal libera a substância”. 

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