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Jovem que negou desafio da maternidade conversa com equipe da TV Vitória

Ela propôs outro desafio: o da maternidade real. Falou da dor que sentiu durante a amamentação, o julgamento de outras pessoas e até de outras mães

A postagem de Juliana gerou polêmica Foto: ​Reprodução Facebook

Um desafio levantado às mães nas redes sociais provocou uma grande polêmica. A proposta da brincadeira, que começou nos Estados Unidos e chegou ao Brasil é de compartilhar fotos felizes das mães com seus filhos. As mães também falam sobre as alegrias da maternidade e ainda marcam algumas amigas que consideram boas mães para não quebrar a corrente.

Durante a brincadeira, uma mulher, mãe de um bebê de 40 dias, fez um desabafo. Ela propôs outro desafio: o da maternidade real. A dor que sentiu na amamentação, o julgamento de outras pessoas e até de outras mães, o que levou muita gente a dizer que ela odeia a maternidade e que estaria odiando o próprio filho.

Nesta segunda-feira (22), Juliana Reis, conversou com exclusividade com a equipe da TV Vitória/Record, durante o programa Fala Manhã. Ela que mora no Rio de Janeiro, e chegou a ter seu perfil bloqueado nas redes sociais, falou sobre o julgamento que sofreu na internet e contou sobre a experiência de cuidar de uma criança. 

“Essas obrigações que vem junto com a maternidade, como deixar de dormir, trocar fralda ninguém gosta de fazer isso, mas fazemos com amor pelo filho. É muito complicado ser julgada por ódio, se eu estou fazendo o que eu não gosto por amor a ele. Quando cancelaram a minha conta [nas redes sociais] eu fui criticada, falaram que eu era mimada, recebi muitos julgamentos, disseram que eu não amava o meu filho e estava em depressão pós parto. Eu não tive a intenção de provocar essa repercussão toda”, explicou Juliana.

Já a psicóloga Gina Strozzi explicou que nem sempre o discurso da maternidade precisa ser perfeito, e que é preciso compreender o momento enfrentado pela jovem durante o desabafo. “Eu acredito que ela estava em um momento de dor, de desespero, de frustração. Parece que no discurso a maternidade tem sempre que ser perfeita, que ser muito positiva, sempre muito prazerosa, amorosa. Mas tudo na vida tem os dois lados. Falar isso para os familiares é uma coisa, mas expor ao público levou a certa rejeição. As pessoas rejeitam a dor, a queixa do outro, e isso é muito difícil de lidar”, disse a psicóloga.

Juliana conversou com a equipe da TV Vitória nesta segunda-feira Foto: ​TV Vitória

Também convidada pelo programa, Priscila Moura, do blog Entre Mães, do jornal online Folha Vitória, falou sobre os palpites que são recebidos pelas mães, e que muitas vezes não ajudam em nada. No blog ela também fez uma publicação com depoimento de mulheres sobre a realidade na maternidade.

“Nós como mães não só nos sentimos julgadas, mas muitas vezes condenadas apenas com um olhar. O que a gente tem pedido no blog é de menos julgamento entre mães, que elas tenham um pouco mais de generosidade. Eventualmente oferecer uma ajuda, um sorriso, uma palavra de conforto e menos palpites, menos conselhos e menos julgamento”, destacou.

Segundo Cheryl Janice, que é mãe de quatro filhos, a maternidade se tornou algo competitivo. “As redes sociais apresentam uma imagem de uma mãe perfeita, onde as crianças se alimentam de coisas orgânicas, que na realidade é algo muito difícil. Além da pressão da maternidade, vem uma mudança na realidade da mãe que é muito complicada”, afirmou.

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