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Mais de 30% dos orelhões no ES não são usados, diz empresa de telefonia

Com a diminuição do uso dos telefones públicos, a Agência Nacional de Telecomunicações estuda reduzir o número de aparelhos, aumentando a distância entre eles

De acordo com a Oi, concessionária fixa responsável pelos aparelhos públicos no Espírito Santo, 34% dos orelhões não são utilizados. Foto: Luana Belfi

O uso dos Terminais de Uso Público (TUP), conhecidos como orelhões, vem diminuindo expressivamente desde que os telefones fixos e móveis ficaram mais acessíveis.

De acordo com a Oi, concessionária fixa responsável pelos aparelhos públicos no Espírito Santo, 34% dos orelhões não são utilizados. A empresa informou também que 48% deles não geram chamadas tarifadas.

Foi o que aconteceu com a doméstica Marlene de Melo, que tem smartphone, mas precisou usar o orelhão para ligar para o filho. "Eu estava voltando da igreja com as crianças e precisava que meu filho mais velho fosse me buscar. O celular tinha acabado a bateria e não sabia o que fazer. Avistei um orelhão que fica ao lado da igreja e fiz uma ligação a cobrar. Me ajudou muito", conta.

Devido a essa baixa demanda, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estuda diminuir o número de terminais. Uma das propostas é aumentar a distância mínima de 300 para 600 metros entre os orelhões. Isso poderia representar a retirada de cerca de 60% dos aparelhos em todo país.

Esse estudo está sendo analisado pelo Conselho Diretor da Anatel, no processo que trata da revisão do Plano Geral de Metas para a Universalização para o período de 2016 a 2020. Uma decisão sobre os novos modos de disposição dos orelhões deve ser tomada nos próximos dias, mas segundo a Agência não há uma data exata de quando isso será anunciado.

Segundo a operadora Oi, em todo o Espírito Santo estão instalados 14.500 telefones públicos. Desses, 1.469 estão em Vitória, 1.850 em  Vila Velha, 1.522 em Cariacica e 1.897 estão localizados na Serra.

Vandalismo

Em em 2015, em média 15% dos aparelhos foram danificados no ES. Foto: Luana Belfi

Segundo a Oi, os telefones são diariamente alvos de vandalismo. Em em 2015, em média, 15% dos aparelhos foram danificados.

Os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, monofones e teclado, além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários.

História

Os TUPs ganharam as ruas do país na década de 70. Segundo dados do Ministério das Comunicações, em 1974 havia 13 mil telefones públicos instalados no Brasil. Em 1977, ou seja, três anos depois, esse número saltou para 31 mil. Foi no Rio de Janeiro que eles ganharam o apelido de orelhões.

De acordo com a Anatel, o Brasil dispõe hoje de 807.514 orelhões. Dados de 31 de agosto de 2015 do sistema Fique Ligado! mostram que de todos os orelhões instalados, 703.364 funcionam 24 horas e 20.043 são adaptados para cadeirantes.

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