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Negociações de paz entre o governo do Iêmen e os rebeldes houthis são suspensas

Redação Folha Vitória

Sanaa - O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Abdul-Malik al-Mekhlafi, anunciou na terça-feira à noite a suspensão das negociações de paz realizadas no Kuwait com os rebeldes xiitas depois de semanas de nenhum progresso, dizendo que os rebeldes se recusam a aceitar a legitimidade do presidente internacionalmente reconhecido do país.

Abdul-Malik al-Mekhlafi disse em uma entrevista coletiva que os rebeldes, conhecidos como houthis, estão insistindo em uma formação de um novo governo que lhes daria uma parcela de poder.

"As negociações são um desperdício de tempo e só são usadas para acumular forças das milícias", disse o ministro.

Os houthis capturaram a capital, Sanaa, em setembro de 2014, forçando o presidente Abed Rabbo Mansour Hadi, a fugir para a Arábia Saudita. Em março de 2015, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou uma vasta campanha de ataques aéreos e eventual invasão terrestre para retomar cidades sob controle dos rebeldes no sul do Iêmen. No entanto, a campanha não foi capaz de forçá-los para fora da capital e na região norte, que é reduto dos rebeldes.

Iêmen, que é o país mais pobre do mundo árabe, também está "à beira da falência", disse al-Mekhlafi, acrescentando que as reservas externas do país estão esgotadas.

As negociações de paz são destinadas a acabar com o conflito com base em uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que afirma que as milícias devem retirar-se de todas as cidades, entregar as armas e libertar os presos políticos.

Al-Mekhlafi acusou os houthis de forçar uma nova proposta para um acordo de partilha do poder, em vez de respeitar a resolução. Ele também disse que os rebeldes violaram a trégua anunciada pela ONU em 10 de abril. Desde que entrou em vigor, os dois lados têm trocado acusações de violar o cessar-fogo. Ele acusou os rebeldes de utilizar as negociações para ganhar tempo para reorganizar suas forças e capturar mais armas.

Autoridades dos houthis rejeitaram as acusações de al-Mekhlafi. "Hadi é responsável pelos ataques no Iêmen", disse um porta-voz do grupo, Abdel-Rahman al-Ahnomi. "Ele não tem legitimidade".

Al-Mekhlafi disse que os delegados estão deixando o Kuwait e pediu à comunidade internacional para desempenhar um papel de colocar as negociações de volta nos trilhos. Fonte: Associated Press.

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