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Trump faz latinos baterem recorde de registro eleitoral nos EUA

Os latinos são a parcela do eleitorado americano que cresce mais rapidamente e poderão ser decisivos para na disputa entre Trump e a provável candidata democrata

Redação Folha Vitória
Trump colocou a deportação de imigrantes sem documentos  no centro de sua plataforma Foto: Reprodução Facebook

Washington - Ana Larios trocou El Salvador pelos Estados Unidos em 1992, mas só no ano passado decidiu pedir a cidadania americana. Sua principal motivação foi o desejo de participar das eleições presidenciais de novembro, nas quais pretende votar em Hillary Clinton. Mais do que uma opção pela democrata, sua escolha é uma rejeição ao republicano Donald Trump.

O candidato colocou a deportação de imigrantes sem documentos e a construção de um muro na fronteira com o México no centro de sua plataforma. A retórica estimulou uma reação de hispânicos em todo o país, com aumento no registro de eleitores e nos pedidos de naturalização - o primeiro passo para o exercício do direito ao voto. Nos seis meses encerrados em janeiro, o número de processos de cidadania subiu 14,5% em relação a igual período do ano anterior.

Os latinos são a parcela do eleitorado americano que cresce mais rapidamente e poderão ser decisivos para na disputa entre Trump e a provável candidata democrata. No ano 2000, eles representaram 7% dos que foram às urnas. Na reeleição de Barack Obama, em 2012, já eram 11%. A previsão é de que o porcentual chegue a 12% nas eleições de novembro.

Adrian Pantoja, analista sênior da empresa de pesquisas Latino Decisions, disse ao Estado que o voto latino foi um dos principais fatores que garantiram a vitória de Obama em 2008 e 2012, ao definir a eleição na Flórida, Nevada e Colorado. Esses são alguns dos chamados "swing states", que se alternam entre os dois partidos que dominam a política americana. Nas eleições presidenciais de 2000 e 2004, os republicanos ganharam nos três Estados.

Dados do Pew Research Group indicam que o eleitorado de 2016 será o mais diverso da história dos EUA, com 31% de participação de negros, hispânicos, asiáticos e outras minorias - um aumento de 2 pontos porcentuais em relação à disputa de 2012. No ano 2000, quando George W. Bush venceu o democrata Al Gore, os brancos eram 78% do eleitores. Agora, devem ser 69%.

Em 2012, Obama teve mais de dois terços dos votos entre as minorias que compõem o eleitorado americano: hispânicos (71%), negros (93%) e asiáticos (73%). Entre os brancos, apenas 39% optaram pelo atual presidente dos EUA. Seu adversário republicano, Mitt Romney, conquistou 59% dessa parcela do eleitorado.

Se os mesmos porcentuais forem mantidos na eleição de novembro, Trump terá de conquistar no mínimo 63% do voto branco para vencer. Mas Pantoja considera pouco provável que o candidato repita os 27% de seguidores hispânicos que optaram por Romney. Em sua estimativa, o porcentual ficará pouco acima de 20%, o que ampliará a parcela de votos brancos que o republicano terá de conquistar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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