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Vestibular: a difícil tarefa de escolher a profissão e se destacar no mercado. Confira as dicas!

Mercado de trabalho, piso salarial e concorrência são algumas das dúvidas que pairam sob a cabeça dos futuros universitários, que muitas vezes sonham em sair da faculdade com altos salários

A decisão da profissão é tomada aos 18 anos Foto: ​Divulgação

Aos 18 anos, jovens têm a difícil tarefa de escolher uma profissão. A transição do Ensino Médio para a faculdade pode ser um processo ainda mais complicado se a família não apoiar a decisão.

Mercado de trabalho, piso salarial e concorrência são algumas das dúvidas que pairam sob a cabeça dos futuros universitários, que muitas vezes sonham em sair da faculdade com altos salários.

A psicóloga Gisélia Curry, especialista em pessoas e carreiras, explica que a família tem um papel fundamental de apoio ao jovem durante a fase de decisão.

“O comportamento do jovem varia muito, pois cada um tem uma personalidade. A família dá apoio e estrutura. É pedir muito para um jovem de 17 ou 18 anos decidir uma carreira para o resto da vida. Ele está passando por várias decisões nessa fase e os pais devem apoiar, incentivar, mas não influenciar a decisão. Existem vários profissionais no mercado que podem dar esse apoio ao estudante e realizar testes. Mas, primeiro tem que começar em casa, porque a dinâmica e a estrutura familiar são importantes. Os pais precisam dar apoio e instruir, deixando claro que essa é uma decisão do jovem. É importante também incentivar a leitura sobre mercado de trabalho, tendências, procurar saber quais matérias ele se identifica. Se o jovem precisar de uma ajuda a mais, os pais devem procurar um profissional da área”.

As tensões antes das provas, o medo do futuro, as incertezas e, principalmente, a pressão dos pais podem agravar um quadro de ansiedade no estudante. Segundo a psicóloga, a síndrome do pânico tem crescido bastante nessa faixa etária.

“A realidade do mercado de trabalho e a crise econômica, os pais acabam pressionando: ‘você tem que passar, pois não tenho dinheiro para pagar uma faculdade particular’ ou ‘não aguento mais pagar cursinho’. Os pais precisam tomar cuidado com o que é dito nesse ambiente familiar, pois além de não conseguir tomarem uma decisão assertiva, o jovem acaba desenvolvendo doenças, angústia, ansiedade, medo, e a família tem uma grande influência nisso. A síndrome do pânico está crescendo nos jovens”, revela a psicóloga.

Projetar um futuro para um filho em uma profissão pode atrapalhar o desenvolvimento do estudante. A decisão, apesar de precoce, deve ser do jovem e não dos pais.

“Alguns pais têm a tendência de transportar para o filho uma incompletude ou o sonho deles. Essa projeção é muito complexa porque os pais viveram em outra realidade, outro mercado. Isso é feito de forma inconsciente. Se ele acha que Medicina que dá retorno, ele pode conduzir o filho para essa decisão a todo momento. Mesmo que ele fale que a decisão é do filho, o tempo todo ele está incentivando o jovem a fazer escolhas nas áreas médicas. Além de não conseguir fazer escolhas, o estudante pode ir mal nas processos e isso vai refletir em todo desenvolvimento dele. As consequências são grandes. Os profissionais hoje têm bastante ferramentas para ajudar a estimular essa decisão. A maioria dos trabalhos vocacionais e de orientação de carreira está relacionado com a família, nós envolvemos os pais e eles têm um papel fundamental”, esclarece Gisélia.

Mas será que existe uma fórmula de sucesso? A especialista garante que um bom planejamento pode ajudar o jovem na conquista dos objetivos e, principalmente, torná-lo um profissional qualificado.

"Não existe um segredo. Mas existe uma ferramenta muito poderosa chamada planejamento. Planejamento é não deixar as rédeas soltas nas mãos do mercado. Você tem sim poder no seu futuro, dentro do possível. O jovem pode avaliar o mercado e quais são as tendências. Não pergunto para minha filha o que ela quer fazer quando crescer. Pergunto ‘você sabe o que o mercado vai querer de você?’. Quem começou o planejamento cedo, acaba tendo sucesso. O mercado exige uma segunda língua, que o profissional esteja conectado com as ferramentas de informática avançada, que os termos tecnológicos estejam na ponta da língua. O estudante deve começar a estagiar desde cedo e não último período para saber em qual área atuar. Depois da faculdade, tem que buscar qualificação, pois a prioridade é conhecimento. Planejamento a curto, médio e longo prazo”, revela.

Por fim, Gisélia garante que bons profissionais têm espaço no mercado, independente da crise financeira:

“Para quem é bom, sempre tem lugar. Com crise ou sem crise! A empresa precisa de pessoas competentes e o profissional se sobressai porque elas estão ali no momento difícil tendo um bom desempenho e se destacando. Você deve ser o melhor naquilo que escolheu. Não adianta fazer Medicina pensando no salário se você não se esforçar na área”.

Quer entrar no mercado? Confira as dicas!

A psicóloga Jaciara Pinheiro, da Rhopen, afirma que os jovens não devem decidir a carreira sem ter certeza de que é aquilo que ele realmente quer.

"Jovens nessa fase que estão em dúvida não devem tomar a decisão de fazer o vestibular sem ter certeza, pensando 'ah, vou fazer esse curso para ver como é'. Se perde muito tempo com isso. Essa fase da vida não é a ideal para escolher, pois não tem maturidade ainda, mas tem que fazer a escolha", diz.

Teste vocacional, coaching e até jogos podem ajudar na decisão. Decidir por um curso pensando no salário é uma ideia equivocada, segundo a especialista.

"Ele tem que pensar em que tipo de ambiente ele quer trabalhar e o que ele gosta. Não é aquela coisa de gosto de número ou não que muitos jovens têm. É muito importante que ele se conheça. Não pode tomar decisão com base no dinheiro, pois hoje pode dar dinheiro, mas amanhã pode não dar. O dinheiro é fruto do quão bom profissional ele é", conta Jaciara.

A psicóloga ainda lista atitudes que os universitários podem ter para garantir sucesso no mercado de trabalho:

- Estudar sempre, independente do que ele escolher
- Construir um network desde quando você entra na faculdade. A imagem profissional começa desde a universidade
- Arrisque a fazer um estágio, independente de ser remunerado ou não
- Manter rede social com imagem positiva, principalmente LinkedIn 
- Se quer mesmo entrar no mercado, comece logo! 
- Vontade de aprender e curiosidade

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