Geral

Por falta de dinheiro, Museu Mello Leitão em Santa Teresa fecha as portas para visitação

Segundo secretária do museu, algumas empresas que prestam serviços terceirizados já estão há meses sem receber. Além disso, instituição está sem diretoria e administração

Museu fechará para visitação pública a partir deste sábado Foto: Divulgação/Rotas Capixabas

O Museu de Biologia Professor Mello Leitão, em Santa Teresa, na região serrana do Estado, deverá fechar as portas para visitação pública a partir deste sábado (18). O motivo, segundo a administração do local, é falta de recursos financeiros.

De acordo com a secretária do museu, Rose Gloss Kollmann, o problema se deu por conta da falta de repasse de dinheiro do Governo Federal. "Para que esse repasse aconteça, é preciso que seja feita a publicação do rol de responsáveis pelo museu. E para que esse rol de responsáveis seja publicado, é preciso que os servidores do museu sejam cedidos do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) para o Inma (Instituto Nacional da Mata Atlântica). A morosidade para que essa transferência seja feita é que está nos impedindo de ter condições para continuar", destacou.

De acordo com a secretária, por causa da falta de dinheiro, algumas empresas que prestam serviços terceirizados para o museu já estão há meses sem receber. "As empresas responsáveis pela segurança do local e pela recepção do público já estão há cinco meses sem receber. A responsável pela limpeza e manutenção do museu também já está indo para o quinto mês sem receber pelos seus serviços. Por causa disso, o contrato de limpeza e conservação com essa empresa foi encerrado. E sem a manutenção das áreas do museus, não temos como abri-lo para o público", explicou.

Kollmann ressaltou ainda que, desde abril, o museu está sem diretoria e administradores, já que eles foram exonerados pelo Ministério da Cultura. "Com toda essa dificuldade, infelizmente ainda não sabemos quando voltaremos a receber visitas", lamentou.

História

Museu foi fundado nos anos 40 por Augusto Ruschi  Foto: Divulgação/Rotas Capixabas

O Museu Mello Leitão foi criado, ainda nos anos 40, pelo naturalista Augusto Ruschi e é uma das principais instituições ligadas ao patrimônio natural do país. Em 1984, dois anos antes de sua morte, Ruschi doou a área para o Governo Federal, que hoje administra o local através do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

O nome é uma homenagem ao zoólogo Cândido Firmino de Mello Leitão, importante pesquisador brasileiro e amigo pessoal de Augusto Ruschi. O objetivo do museu é coletar, estudar, preservar e expor exemplares de plantas e animais, principalmente da Mata Atlântica. 

O museu, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), trabalha com a coleção de espécies de plantas e animais, com a pesquisa biológica e científica (especialmente da flora e fauna), tem trabalhos relacionados a educação ambiental, oferece exposições, além de trabalhar no sentido de preservar a memória de Augusto Ruschi. O local possui um acervo com aproximadamente 40 mil exemplares, destacando-se as coleções de beija-flores, morcegos e o herbário. 

O museu também reúne um conjunto de ambientes que são abertos a visitação pública. Tem o jardim rupestre, os viveiros, a casa de cobras, os espaços para exposições, a exposição dos animais taxidermizados e auditório. A maior parte da coleção biológica do Museu destina-se à pequisa científica, não sendo disponível ao público em geral.

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