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Antes e depois do amor: fotos de cães resgatados no ES mostram importância da adoção

A situação de muitos cães e gatos pelo mundo é de abandono, tristeza e maus tratos. Principalmente os animais ‘idosos’, doentes e os que possuem necessidades especiais

Adotar um animal é assumir a responsabilidade para o resto da vida. É ter consciência de que ele precisa de você integralmente, com atenção, carinho e muitos cuidados. Seja pequeno, médio ou de grande porte. Às vezes um pouco atrapalhado, derrubando objetos da casa ou fazendo xixi no lugar errado. Mas de uma coisa nós temos certeza, ele vai te jurar lealdade para o resto da vida.

No entanto, a situação de muitos cães e gatos pelo mundo é de abandono, tristeza e maus tratos. Principalmente os animais ‘idosos’, doentes e os que possuem necessidades especiais.

Poucos animais têm a sorte de encontrar donos especiais como as capixabas Márgara Tozo, Larissa Folli, Gisele Romano e Flávia Crespo, que adotaram cães em situações precárias. Um deles, conhecido como “Grandão”, estava no Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) com 20 kg, doenças e não conseguia andar.

Em pouco mais de dois meses de adoção, “Grandão” passou por cirurgia, engordou 12 kg e, aos poucos, começou a dar os primeiros passos.

Confira essa e outras histórias nos relatos abaixo:

Flávia Crespo – Grandão

“A pedido de um amigo, fui ajudar a dar banho em um cachorro que dividia a baia com o Grandão no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Fui adotar ele de fato, uma semana após à ida ao CCZ. Na época, eles avisaram que ele tinha displasia. Mas após fazer um hemograma, descobri que Grandão também tinha a doença do carrapato.

Iniciei o tratamento, passei alimentá-lo com a mão e levava ele no colo para fazer as necessidades, pois ele não andava. Grandão tinha 20 kg e dava para contar os ossos no dedo. Após a cirurgia, ele começou a andar, mas ainda tinha muita dor por conta da displasia severa. A operação ficou em R$ 1180 e ainda estou pagando. Fiz isso para ele ter uma qualidade de vida. Peguei ele com 20 kg e em dois meses ele tem 32 kg. Os veterinários dizem que isso é ótimo, mas para mim ainda é pouco.

Grandão foi adotado com 20 kg e não conseguia andar Foto: Divulgação

Ele virou o xodó da família! É o verdadeiro significado do amor, sabe?! Ele é tão amável, adotou dois gatos e ainda fez amizade com um cachorro que chegou aqui. Grandão praticamente renasceu, pois ele era só pele e osso. Ele foi para minha casa e só vai sair quando Deus achar que deve”.

>> Abandono

“Tenho 45 anos e desde que me entendo por gente, eu ajudo os animais. Sou voluntária da ONG Tô na rua, que aconselha sobre a guarda responsável e castração. Fora o Grandão, tenho mais 15 cães. Gostou muito disso e não sei viver sem. O povo ainda tem muito preconceito com animais portadores de necessidade e os animais idosos.

Todo filhote é lindo, mas as pessoas esquecem que cachorro precisa dar vacina, levar ao veterinário e precisa de cuidado. Quem abandona não tem amor a Deus e ao próximo. Essa pessoa não merece nem ter um cacto, pois ele precisa de cuidado, de água. Não é abandonar o cão na hora que ele precisa. Ele não é brinquedo, que você descarta. É um ser vivo sob nossa responsabilidade. Os animais são mais amorosos e mais evoluídos que nós, pois somos a única raça que mata simplesmente por matar”. 

Gisele Romano - Lolla

Lolla quando foi adotada pela Gisele, há sete meses Foto: ​Divulgação

“Adotei a Lolla há sete meses, uma boxer que foi abandonada numa estrada em Ponta da Fruta.  Vimos uma publicação dela no adota-es e nos apaixonamos. A Jéssica Lopes foi a pessoa que viu a Lolla abandonada e publicou na página. Na época, avisamos que a gente ia adotar e a Jéssica cuidou dela até nossa chegada. O início foi muito difícil, pois além de muito fraca e machucada,  ela tinha medo de tudo. Tivemos a ajuda do Douglas Adestrador de cães, que a atendeu em minha casa, já que não tive coragem de deixá-la com ele e a Lolla pensar que tinha sido abandonada de novo. Ela é um anjo, sofreu demais e ainda tem muitos traumas. Mas aos poucos estamos mostrando que a amamos. Mas aos poucos estamos mostrando que a amamos muito. Tenho certeza que a Lolla entrou na minha vida par amenizar minha dor, pois depois de cinco meses que a adotamos, perdemos a Filó, uma boxer que eu havia adotado com três meses”.

A boxer Lolla, sete meses após ter sido adotada pela família da Gisele Foto: ​Divulgação

 Márgara Tozo, adotou a Famosa:

Famosa na época em que foi resgatad pela Márgara Foto: Divulgação

“Resgatei a famosa em 2011, em frente ao Hospital Praia da Costa, em Vila Velha. Na ocasião, ela estava parindo os filhotes e o hospital chamou o Centro de Controle de Zoonoses. Uma pessoa que estava internada no hospital, pediu socorro pelo Facebook. Eu estava por perto e fui lá ajudar. Acabei trazendo ela e os filhotes para casa. Eles foram adotados, mas ela ficou comigo. É a minha paixão! E a pessoa que pediu socorro nas redes sociais virou minha amiga. 

Ao todo, tenho cinco cães e cada um com uma história. Ainda tenho mais três para adoção, que resgatei e ainda não foram adotados. Mas Famosa é extremamente grata por ter saído das ruas. É muito carinhosa e fiel! Amo cachorro, não importa a raça, tamanho ou cor. Com eles, a gente aprende o que é gratidão, amor e amizade, sem pedir nada em troca.

A adoção é um ato de amor. São muitos animais abandonados e precisando de uma chance para ter uma vida digna. Quem abandona, além de cometer um crime, não tem coração”.

Famosa com a Márgara durante ensaio fotográfico Foto: Everton Nunes

Larissa Folli - Três adoções

A Fê, um cão idoso, foi adotada pela Larissa Foto: Divulgação

>> Primeira adoção (Fê)

“Minha primeira adotada foi a Fê, uma ‘idosinha’ que vivia com uma criadora e acumuladora de animais. Eu só tinha o Sushi, que não é adotado, mas depois que me tornei mãe de um ‘peludinho’, acabei me interessando pelo trabalho de protetores e Ong's. No final de 2013, vi uma publicação no Patinhas Carentes de uma cachorrinha para adoção. Tratava-se de uma adoção especial, pois ela era renal crônica, por isso tinha que sempre fazer acompanhamento e ter uma alimentação especial, que era mais cara. Ela havia sido resgatada há alguns meses junto com aproximadamente 60 cães em uma situação deplorável, sujos, famintos e doentes.  Nessa época todos já tinham sido adotados, só faltava a Fê e uma outra irmãzinha, ambas especiais, o que acabava dificultando a adoção. As pessoas em geral não gostam de adotar animais com problemas. A Fê foi resgatada com tumores, o útero estava apodrecendo dentro dela, além do problema renal. E por conta desse problema renal, ela não pode fazer todas as cirurgias, já que a anestesia poderia ser fatal para os rins. 
Eu já tinha me apaixonado só de olhar a foto e depois que soube da história triste dela, quis adotar de todo jeito. Ela era extremamente arisca e assustada e segundo a tia Flávia, do Patinhas Carentes, ela já estava bem mais sociável que na época do resgate.
Hoje, depois de 2 anos e meio, a Fê é super feliz, muito educada e obediente”.

>> Segunda adoção (Preto)

Preto foi adotado após atropelado em Fundão Foto: Divulgação

“Já o segundo adotado, chegou no ano passado. Meus pais estavam com uma obra lá em Fundão, Praia Grande, e nessa região existem muitos animais abandonados. Na época, um desses animais passou a ficar lá junto com os pedreiros. Até que um dia, após a construção terminar, chegamos lá e nos deparamos com ele muito mal na rua. Provavelmente tinha sido atropelado, além de ter tido a orelha quase decepada por um cachorro agressivo de um dos moradores do balneário.  Rapidamente levamos ele na veterinária da região e ele teve que fazer alguns procedimentos. Estava bem mal, mas felizmente cuidamos e ele se recuperou bem. Hoje é o xodozinho da família! Enorme, carinhoso e obediente”.

>> Terceira adoção (Pit)

Pit se apegou à Larrisa Foto: Divulgação

“A terceira adotada foi no final do ano passado. Era véspera de Natal, eu estava lá em Nova Almeida e no meio da rua vi uma cachorrinha correndo sem parar.  Inicialmente pensei que estivesse com o dono, mas depois vi que não. Quando ela passou perto de mim na calçada, chamei e fiz um carinho. A partir daí, onde eu ia a cachorrinha ia atrás de mim. Na hora de entrar no carro, como meu padrasto não queria outro cachorro, com o coração apertado deixei ela na calçada.

Foram umas cinco tentativas porque em todas ela chegava na porta do carro desesperada e começava a gritar querendo entrar.  Queria levá-la a todo custo. No final, acabei conseguindo levar pra casa com o argumento de que colocaria para adoção. Acabou que não tive coragem de entregar para adoção e está com a gente”.

>> Abandono

“Acho repugnante a atitude de abandonar um animal indefeso. É muita falta de amor no coração. Acho que se a pessoa tem coragem de abandonar um ser que só sabe amar, ela é capaz de todas as maldades. Ás vezes sinto que minha vida é uma loucura com todos eles, realmente são crianças, fazem bagunça e tem as despesas, mas acho tão prazeroso  tudo isso! Eles realmente deixam nossas vidas mais felizes e divertidas. Não me imagino sem eles, amo ter todos e sem dúvida, quando são animais com uma história, quando sabemos que fizemos o bem na vida deles, a satisfação é ainda muito maior”.

ES SOLIDÁRIO

Dessa vez, o Espírito Santo Solidário ajuda entidades que cuidam de animais abandonados. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de animais abandonados em uma cidade equivale a 10% da sua população. Em Vitória esse número varia entre 40 a 50 mil animais abandonados.

Pensando em ajudar esses bichinhos, a Rede Vitória lançou esse novo desafio. Durante a campanha quatro abrigos serão ajudados. Essa edição do Espírito Santo Solidário também conta com a parceria da Sociedade Protetora dos Animais.

>> Como ajudar: Para quem quer colaborar com a campanha, basta deixar a sua doação em qualquer unidade da Rede Show Supermercados ou das farmácias da Rede Farmes.

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