Capixaba que está em Nice relata medo e tensão após atentado

Capixabas que estão da França a trabalho ou passando um período de férias relatam aumento no policiamento, medo e clima de tensão no país. Um ataque aconteceu na noite da última quinta-feira (14), feriado nacional na França, por causa da Queda da Bastilha.

A babá Joelma dos Santos, que é de Viana e mora na França há 13 anos, relembrou o medo e a aflição que passou no dia do ataque. O marido dela estava próximo do local quando tudo aconteceu.

“Meu marido estava na praça indo trabalhar. Quando ele chegou ao local, o ataque tinha acabado de acontecer. As pessoas estavam desesperadas e ainda estavam correndo atordoadas. Estamos muito abalados porque poderíamos ter sido atingidos e mortos. Eu vivo o medo, tento não estar em locais com grandes aglomerações, apesar de ter que continuar ‘tocando’ a vida”.

O publicitário capixaba Luciano Rodrigues, está passando férias em Paris, cerca de mil quilômetros da cidade de Nice, local do ataque. O policiamento foi reforçado em um dos pontos turísticos mais famosos do mundo.

“As pessoas estão bem alertas e preocupadas porque não sabem o que pode acontecer. A qualquer momento pode acontecer alguma coisa. Tem muito policiamento nas ruas e a segurança está dobrada por aqui. Rezamos para que nada de ruim aconteça”, afirmou preocupado.

A empresária Marcela Fernandes também é capixaba e mora há 10 anos na capital francesa onde também trabalha. Ela conta que o país está tomado pela tristeza. Assim como os franceses, ela afirma que tem que seguir a vida, mesmo com o estado de alerta máximo.

“Toda a população está em alerta desde os primeiros atentados, o policiamento realmente é reforçado, mas não podemos deixar de viver, as pessoas precisam continuar seguindo as suas rotinas mesmo com muita cautela”, disse.

Relembre o ataque

O ataque aconteceu quando milhares de pessoas assistiam ao show de fogos de artifícios numa praça de Nice, em comemoração ao dia da Queda da Bastilha, feriado nacional na França.  Um caminhão atropelou a multidão.

Até agora foram confirmadas 84 mortes e mais de 100 pessoas feridas. O presidente da França, François Hollande classificou a tragédia como uma carnificina e salientou o caráter terrorista do ataque.

Nesta sexta-feira (15), Hollande esteve em Nice para debater a segurança com autoridades locais.