Moradores do Grand Parc vão se reunir com construtora para definir moradia

Os moradores do condomínio Grand Parc Residencial vão iniciar uma série de reuniões, a partir da próxima terça-feira (26), com a Cyrela, construtora responsável pelo empreendimento. Os encontros serão para avaliar o cenário dos moradores e definir as condições de moradia. Eles também aguardam uma resposta para a proposta que foi entregue por eles na semana passada à construtora.

De acordo com o representante dos moradores, José Gama de Christo, hoje eles estão ocupando mais de 130 quartos em hotéis da Capital, além dos que preferiram ficar nas casas de familiares. “É tudo ainda muito recente e os moradores estão preocupados por estarem sem uma definição. Esperamos até o final da semana termos um cenário melhor”, destacou. 

O condomínio, onde a área de lazer desabou na madrugada da última terça-feira (19), continua interditado por tempo indeterminado. No local, a perícia da Polícia Civil trabalha para identificar as causas do desabamento que deixou uma pessoa morta e quatro feridos. 

Segundo a própria polícia, o responsável pelo desabamento poderá ser indiciado por homicídio culposo. As investigações estão sob responsabilidade da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Vitória.

Análise de material 

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-ES) firmou um convênio com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para analisar o material usado na obra da área de lazer do Grand Parc Residencial. De acordo com o Crea, a análise será realizada no laboratório de tecnologia da universidade.

- Confira como foram os dias de trabalho no local do acidente:

Desabamento: O desabamento aconteceu durante a madrugada da última terça-feira (19). Além do porteiro que ficou desaparecido e depois foi encontrado morto, pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, entre elas, o síndico e quatro funcionários do prédio. Foram três lajes que caíram, sendo a área de lazer, a área da garagem e a área do subsolo.

Ligação: A filha do síndico do prédio disse que um dos porteiros ligou dizendo que estava ouvindo ‘estalos’ na área da piscina. Com isso, o pai dela desceu para ver o que estava acontecendo. As lajes desabaram e o síndico acabou ferido. 

Carros: Com o desabamento, pelo menos 50 carros foram totalmente destruídos. O Coordenador da Defesa Civil de Vitória, Jonathan Jantorno, informou que toda a área de lazer do prédio está comprometida. 

Corpo: Após quase 15 horas de buscas, foi encontrado, no início da noite desta terça-feira (19), o corpo do porteiro Dejair das Neves, que estava desaparecido. Ele estava entre a laje da área de lazer do condomínio e a laje do térreo. A vítima estava trabalhando no momento da tragédia.

Enterro: Amigos e familiares de Dejair das Neves, porteiro do residencial Grand Parc, se reuniram na tarde de quarta-feira (20) para a última despedida. O velório aconteceu em uma igreja do bairro São Francisco, em Cariacica. O sepultamento ocorreu no fim da tarde do mesmo dia.

Falha: No dia seguinte à tragédia, o engenheiro e diretor-presidente do Instituto Capixaba e Mineiro de Perícia, Eder Mascarenhas, fez uma análise da estrutura do prédio. Segundo ele, o objetivo agora é identificar se houve falha de projeto ou execução. “Um dos erros mais comuns em projetos são falhas em cálculos estruturais e na execução da obra é a mudança dos parâmetros do projeto”, explicou.

Síndico: José Fernando Leite Marques, síndico do condomínio, passou por uma cirurgia para a fixação da fratura do fêmur, na tarde de quinta-feira (21), no Hospital Meridional. De acordo com os médicos que atendem o paciente, a cirurgia correu bem. O estado de saúde dele é estável e há previsão de alta para os próximos dias.

Trânsito: O trânsito na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, na Enseada do Suá, em Vitória, deve permanecer parcialmente interditado por tempo indeterminado. De acordo com a prefeitura da capital, a pista do sentido Centro seguirá interditada, no trecho próximo ao condomínio Grand Parc Residencial Resort, até que sejam encerrados os trabalhos de perícia da Polícia Civil no local.

Limpeza: Quatro dias após o desabamento da área de lazer, os trabalhos de limpeza continuaram no local. Na manhã da última sexta-feira (22) a escoras ainda eram feitas para evitar novos desabamentos e a água e o combustível do gerador também eram retirados. A perícia e a Defesa Civil estava no local acompanhando tudo o que era feito.