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Para ciclista, só vai funcionar se o reembolso for igual ao subsídio

Redação Folha Vitória

São Paulo - O valor dos créditos é que determinará o sucesso ou o fracasso do programa, na avaliação do ciclista Roberson Miguel, de 36 anos. Defensor da expansão das ciclovias para a periferia e do uso da bicicleta como meio de transporte diário, ele vê potencial no projeto, desde que o reembolso seja equiparado ao subsídio pago às empresas de transporte.

"A Prefeitura tem de definir um valor cheio. Não é justo fazer esse cálculo de acordo com a distância percorrida. O ciclista vai deixar de usar o ônibus ao pedalar três, quatro ou dez quilômetros", diz. Para o ativista, repassar o subsídio integral é a política mais justa. "A empresa ganha a mesma quantia por passageiro que passa cinco minutos ou duas horas no ônibus. Por que os ciclistas não podem ter o mesmo tratamento?", indaga o técnico em informática.

Morador do Jardim Damasceno, na zona norte, Miguel usa a ciclovia da Avenida Inajar de Souza para chegar ao centro. Ele diz que, de bike, demora de 15 a 20 minutos para fazer o primeiro trajeto da viagem, do bairro ao Terminal Cachoeirinha. De ônibus, seriam 45 minutos. "É um trecho plano, fácil de cruzar pedalando. Com o bilhete mobilidade, acho que mais pessoas poderiam optar por essa troca."

Outra ressalva feita por ele diz respeito ao uso dos créditos. O ciclista defende que a rede credenciada sugerida pela Prefeitura seja mais diversificada - e inclua, por exemplo, sacolões municipais, mercados e papelarias. "Esse seria um forte atrativo. Andar de bicicleta renderia compra de alimentos ou de material escolar."

IPTU

Segundo o vereador José Police Neto (PSD), cogita-se ainda permitir o uso desses créditos no pagamento de tributos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), ou contas de água ou luz. A gama completa de opções deverá ser definida somente com a regulamentação do projeto, pelo prefeito, após a aprovação definitiva pela Câmara.

Para a ciclista Fabia Barbieri, de 39 anos, qualquer política que promova a bike como meio de transporte é bem-vinda. "Estamos discutindo uma mudança cultural. Isso, sabemos, leva tempo. Então, quanto mais formas de incentivo tivermos, melhor será", diz.

Economia

Sócia-fundadora do aplicativo Bike na Firma - no qual empregadores cadastrados concedem benefícios a funcionários que vão trabalhar de bicicleta -, ela afirma que substituir o carro pela bicicleta durante a semana rende uma economia de R$ 7,2 mil por ano. "Vale a pena, financeiramente falando. Talvez esse projeto ajude a mostrar isso."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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