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Empresários querem reajuste na passagem e redução de viagens dos ônibus na GV

O diretor executivo da GVBus afirmou que duas propostas para amenizarem os prejuízos dos dois consórcios que compõe o sistema Transcol foram apresentadas ao Governo do Estado

Elias Baltazar disse que as empresas estão endividadas Foto: Mary Martins ​

Diante da possibilidade de paralisação de ônibus por causa de atrasos e parcelamentos nos salários dos rodoviários, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) alega que até o mês de maio deste ano o endividamento das empresas de transporte é de R$ 235 milhões. Já o prejuízo e endividamento do Sistema Transcol acumulado de janeiro de 2015 até agosto deste ano é de R$ 111,159 milhões. Entre as soluções apresentadas para equilibrar as finanças seria reajuste da passagem e reduzir o número de viagens nas linhas dos coletivos. 

“Há empresas que para pagar os salários em dia vendeu patrimônio, fez empréstimos bancários e utilizou dinheiro dos sócios. A situação está bem delicada porque há empresas que não conseguem mais fazer empréstimos porque os bancos não liberam por não terem certeza de que irão receber”, ressaltou o diretor executivo da GVBus, Elias Baltazar.

O diretor executivo da GVBus afirmou que duas propostas para amenizarem os prejuízos dos dois consórcios que compõe o sistema Transcol foram apresentadas ao Governo do Estado no mês de junho, mas até agora o sindicato não teve resposta.

A primeira proposta é a reprogramação dos quadros de horário de cada linha, em decorrência da redução de 6% de passageiros. Já a segunda, um reajuste de 12,91% no valor das passagens que entraria em vigor no dia 1º de setembro, que seria o reequilíbrio do contrato de concessão.

“Precisamos de uma resposta rápida do Governo do Estado porque a situação poderá ficar insustentável. Já tivemos redução de 6% no volume de passageiros e em janeiro deste ano passado, data base do reajuste de contrato de concessão, pedimos um reajuste de 17,18%, mas foi concedido 9,85%”, disse.

Diante da possível paralisação dos rodoviários, Baltazar ressaltou que uma paralisação prejudicaria ainda mais os pagamentos.

“Uma ou duas empresas estão nesta situação de parcelamento de salários, a primeira parte do pagamento, ou seja, 50% do valor será com o montante de caixa que as empresas têm hoje, já os outros 50% programado para depois do feriado, o dinheiro do pagamento será arrecadado com as passagens e uma paralisação tornaria a situação das empresas ainda mais complicada”, afirmou.

Sobre a paralisação dos rodoviários, Elias Baltazar faz um apelo a categoria: “Não paralisem as atividades, a situação está extremamente grave para as empresas. Não façam ou tomem qualquer atitude de paralisar o sistema, pois irá dificultar a arrecadação de recursos e as empresas estão contando com a arrecadação destes dias”.

Já o primeiro secretário do Sindicato dos Rodoviários do Espírito santo (sindirodoviários-ES), Edson Bastos, disse que a paralisação que estava programada para acontecer nesta terça-feira (06), acontecerá a partir da zero hora de quarta-feira (07), mas não atingirá todas as empresas de ônibus do Sistema Transcol.

“Não podemos começar a paralisação nesta terça-feira porque ainda será o quinto dia útil e a CLT diz que o pagamento de salário deve ser feito até esta data. Apenas duas empresas afirmaram que irão pagar os salários integralmente amanhã, outras sete ainda não se posicionaram, então iremos paralisar as atividades nestas sete empresas”, disse.

Edson Bastos não identificou as empresas que irão efetuar o pagamento de salários parcelados e integral. Ele afirmou ainda que a população não será pega de surpresa, ou seja, sair de casa para o trabalho ou compromisso e ficar no meio da rua com uma paralisação.

“Na primeira hora de quarta-feira (07) nenhum carro das empresas que não efetuarem o pagamento integral do salário sairá da garagem”.

Em nota, a Secretaria dos Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que as reivindicações das empresas precisam ser analisadas. A Setop salienta que está atuando com esforço para antecipar o pagamento do subsídio do Transcol, referente ao terceiro decênio de agosto (dez últimos dias do mês), no valor de R$4 milhões, em função dos feriados. Os recursos serão repassados às empresas nesta terça-feira (06). O secretário Paulo Ruy Carnelli esclarece que a data para reajuste da tarifa do Transcol é o mês

de janeiro e a revisão do reequilíbrio do contrato arguido pelas empresas depende de análise técnica.

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