Comoção marca velório de motorista que morreu baleado em Transcol
Segundo amigos da vítima, ele trabalhava como motorista há mais de dez anos e volta e meia passava por situações de insegurança no transporte coletivo
Parentes e amigos de José Francisco Xavier, de 48 anos, que morreu baleado no sábado (22) em um ônibus da linha Transcol, deram o último adeus ao motorista na manhã deste domingo (23). O enterro aconteceu no cemitério Jardim da Paz, na Serra.
Francisco deixa a companheira e dois filhos: um de 22 e outro de 13 anos. Abalados, nenhum familiar quis falar com a imprensa.
Segundo amigos da vítima, ele trabalhava como motorista há mais de dez anos e volta e meia passava por situações de insegurança. Entretanto, para evitar problemas, nunca interferiu.
"Ele tinha muito medo de trabalhar, pois era uma pessoa tranquila. Final de semana, na folga, ele ia para a roça por causa disso. Porque ele tinha medo dessa violência que tem aqui. Ele trabalhava de madrugada, no terminal de São Torquato, e é muito perigoso", declarou Redmilson Santana, colega de trabalho da vítima.
O caso
José Francisco Xavier dirigia um ônibus da linha 658 (Terminal do Ibes - Terminal de São Torquato) e fazia sua primeira viagem do dia, na madrugada de sábado (22). O coletivo havia acabado de sair do Terminal do Ibes e apenas um passageiro havia embarcado.
Por volta das 5h20, quatro jovens embarcaram no ônibus, na altura da praça do Aribiri, em Vila Velha. Eles estariam saindo de um baile funk clandestino. Segundo o cobrador do coletivo, que é primo do suspeito do crime, todos eles pularam a roleta.
No momento em que o último estava passando, uma arma que estava em sua cintura teria caído e disparado. O tiro atingiu a lombar de José Francisco e saiu na altura do pescoço.
Mesmo ferido, o motorista foi obrigado pelos suspeitos a abrir a porta para que eles fugissem. Uma ambulância do Samu foi acionada e a vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
