Geral

Castelo, Alegre e Cachoeiro registram mais chuvas nas últimas 24 horas

Além do homem que morreu no município de Muniz Freire, três pessoas morreram e quatro ficaram feridas na divisa entre o Espírito Santo com Minas Gerais

Em Iconha a situação do município ainda é crítica, segundo a Defesa Civil Foto: Reprodução

Pelo menos uma pessoa morreu e cerca de 200 estão fora de suas casas nesta sexta-feira (16). Foi o que informou o coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Vassoler, durante entrevista ao programa Fala Manhã. De acordo com ele, os números têm mudado de forma drástica, pois muitas pessoas saem de suas casas e vão para a casa de parentes, não registrando essa saída. Na última quinta-feira (15) o coordenador disse que esse número chegou a 500 desalojados e desabrigados no Estado.

“Muitas pessoas saem das casas e vão para as casas de parentes. Por conta disso não conseguimos contabilizar um número exato e muitas vezes a diferença é grande de um dia para o outro. Toda a região Sul do Estado foi muito afetada. Nós viemos de extremos, mas ainda não saímos deles. Estamos nos dois. Essas chuvas estão focadas e intensas no sul, mas no norte e nordeste nós continuamos ainda com os problemas inerentes a estiagem”, explicou o tenente-coronel. 

Confira a galeria de fotos da chuva!

A morte, segundo o secretário Estadual de Agricultura, Octaciano Neto, aconteceu na região rural de Muniz Freire. “O interior também foi atingido, na área rural, assim como as estradas. Há muitos barrancos desmoronando. A equipe do DER [Departamento de Estradas de Rodagem] está presente em nove frentes de serviço. Nós também já tivemos de ontem para hoje uma diminuição no volume de chuva. Na área rural, infelizmente, nós tivemos um óbito. Foi no município de Muniz Freire depois de um desmoronamento”, disse o secretário.

Iconha

De acordo com a coordenadora da Defesa Civil de Iconha, Nelsani Maria Rego, a situação do município ainda é crítica. Isso porque o solo já está encharcado e qualquer chuva forte pode voltar com novos deslizamentos e alagamentos.

“A situação é crítica ainda. Nós temos duas ruas aqui dentro do município que continuam um pouco alagadas, mas dá passagem para pessoas e para carros. Muitos barrancos caíram e continua chovendo desde ontem. Nossa estimativa é de 500 pessoas que foram prejudicadas. Muitas casas foram atingidas, as pessoas perderam muitas coisas e tivemos que realizar resgates com barcos. Muitas das desalojadas já conseguiram voltar para as suas casas. O solo está encharcado e desde ontem a chuva não parou. Não é forte, mas como o solo está bem molhado, isso nos preocupa”, destacou. 

Leia também:
>> Comércio e residências amanhecem alagados com a cheia do Rio Itapemirim em Cachoeiro 
>> Mortes, destruição e famílias desabrigadas. Veja balanço da chuva no sul do Estado

>> Chuva em Muniz Freire deixa um morto e 40 pessoas ficam desabrigadas
>> Três mortos e quatro feridos em deslizamento de terra na divisa do ES com MG
>> Rio Itapemirim atinge quase cinco metros e ruas são interditadas em Cachoeiro
>> Sete famílias ficam desabrigadas por causa da chuva em Presidente Kennedy
>> Quinze casas ficam alagadas com a chuva e muro desaba em Marataízes
>> Nível do rio Castelo sobe seis metros, alaga ruas e alerta é mantido pela Defesa Civil

Mimoso do Sul

Já em Mimoso do Sul, segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Franciney Matias de Oliveira, a região está voltando a normalidade. “Aqui nós tivemos desmoronamentos de terra há dois dias. Nós estamos monitorando a área e ontem tivemos um início de inundação na cidade. Alguns bairros e algumas ruas foram atingidas. Agora o rio cedeu uns 40 centímetros e está voltando a normalidade. Hoje já não tem mais ruas alagadas. Por conta dos alagamentos, apenas uma família foi retirada de casa. Os únicos que estão fora de casa são os do evento anterior, do desmoronamento há dois dias”, relatou.

Mortes na divisa 

As fortes chuvas registradas na Região Serrana do Estado provocaram um deslizamento de terra que deixou pelo menos três pessoas mortas e quatro feridas na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Brejetuba, Adilson Batista Tavares, seis vítimas foram encaminhadas ao hospital em Ibatiba, mas três não resistiram e morreram.

Defesa Civil

Na manhã desta sexta-feira (16), a Defesa Civil Estadual divulgou um novo relatório dos registros das últimas 24 horas em cada município atingido pela chuva. Confira! 

- Afonso Claudio: houve registro de deslizamento de terra e deslizamento de rochas. Uma casa foi danificada e seis pessoas ficaram desalojadas.

- Baixo Guandu: algumas pontes do município foram danificadas e uma casa foi destelhada. Há também acesso restrito ao bairro Rosário I, no interior do município.

- Alegre: houve o desabamento de uma casa e outras 150 ficaram danificadas. 600 pessoas ficaram desalojadas, situação que já foi normalizada. Na chegada de Alegre, no km 2, uma barreira caiu e interditou parcialmente a BR 482. Na saída do município para Guaçuí também caiu árvores, interditando a BR. Na Vila do Sul há casas com riscos de desabamento. Na ES 387, que liga Alegre ao distrito do Café, a estrada está interditada por causa de alagamento.

- Rio Novo do Sul: segundo o coordenador da Compdec, uma enxurrada atingiu o município obstruindo várias vias e acesso à região Serrana e interior. Além disso, a BR 101 encontra-se interditada entre os km 384 e 390 devido a deslizamentos de terra. 

- Conceição do Castelo: foi registrada inundação devido ao aumento do nível do rio, causando o alagamento de várias ruas.

- Piúma: devido à alta vazão do rio oriundo de Iconha, foi necessário abrir um desvio no rio. Foram registrados quatro deslizamentos de terra e 12 quedas de árvores.

- Anchieta: foi registrado alagamento em diversos locais das cidades. A Defesa Civil municipal ainda está levantando dados sobre as ocorrências, mas a situação no município já foi normalizada.

- Alfredo Chaves: devido ao alto volume do rio, houve inundação na cidade. Duas edificações foram destruídas e duas famílias ficaram desalojadas.

- Cachoeiro de Itapemirim: segundo o coordenador municipal de Defesa Civil, foram registradas diversas ocorrências de movimento de massas e quedas de árvore no município. O coordenador ainda está levantando números exatos sobre as ocorrências atendidas no município.

- Presidente Kenedy: foram registradas uma ocorrência de árvore caída na estrada e uma casa foi interditada pela Defesa Civil municipal devido ao risco de desabamento. Duas pessoas ficaram feridas, seis desalojadas e uma edificação ficou danificada.

- Guarapari: foi registrada uma ocorrência de queda de árvore no município. Durante o corte da árvore, o local teve que ser evacuado devido ao alagamento causado pela forte chuva. A Defesa Civil municipal ainda está levantando dados sobre as ocorrências.

- Castelo: deslizamentos de terras atingiram os bairros Garagem, Pouso Alto e Niterói. Rodovias de acesso ao município ficaram parcialmente interditadas. O município ficou sem energia.

- Ibatiba: segundo a Defesa Civil, deslizamentos de terra interditaram estradas na zona rural.

- Pancas: uma forte chuva atingiu o município e deixou várias ruas alagadas. São elas: parte das Avenidas Antônio Cabalini e Laurindo Barbosa. Nenhuma casa foi alagada, uma casa no bairro Nilton Sá teve sua cobertura arrancada, mas ninguém ficou ferido. Vários calçamentos foram arrancados com a força da água em diversos pontos do município.

- Jeronimo Monteiro: o rio que corta a cidade transbordou inundando algumas ruas. Não houve registros de edificações afetadas. No centro da cidade, houve um deslizamento de terra que atingiu uma casa de máquina de um lava jato. O local já foi controlado e liberado.             

Pontos moeda