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Mulheres na Uber fazem sucesso e conquistam espaço em Vitória

As capixabas Roberta Soares, Maria Dangeli, Barbara Kohler e Mara Diamantino têm feito a diferença comandando os volantes na Uber. De acordo com elas, o público feminino se sente mais seguro

A economista trabalhava em uma terceirizada na Petrobras quando decidiu abrir uma loja, mas depois embarcou na Uber Foto: Divulgação

A maioria dos motoristas de táxi, ônibus ou Uber é formada por homens, mas essa realidade tem mudado cada vez mais. O ditado machista “mulheres no volante, perigo constante” se perde a medida que as mulheres conquistam espaço no mercado.

Prova disso são as capixabas Roberta Soares, Maria Dangeli, Barbara Kohler e Mara Diamantino, que têm feito a diferença comandando os volantes na Uber.  De acordo com elas, o público feminino se sente mais à vontade quando percebem que quem está na direção é uma mulher.

“Quando chego, elas dizem ‘Nossa, uma mulher na Uber!’. Elas ficam bem mais seguras quando percebem que é uma mulher como motorista. Algumas já falaram que queria um ‘Uber Rosa’ como meio de escolher a motorista”, contou a economista Roberta Soares.

A economista conta que trabalhava em uma terceirizada na Petrobras quando decidiu abrir uma loja. O empreendimento não rendeu os frutos que ela imagina, então Roberta decidiu entrar na Uber.

“Em maio de 2015 saí da terceirizada e abri uma loja de calçados infantis, mas logo em setembro saí porque não deu certo. No dia 26 de outubro do mesmo ano resolvi entrar na Uber. Já conhecia a empresa no Rio de Janeiro e Belo Horizonte porque usava como passageira. Uma amiga me falou da reunião aqui no estado, então transferi minha CNH do Rio para cá e resolvi entrar”, contou.

Com a Uber, Roberta consegue ter uma renda e continuar os estudos sem prejuízos. “Continuo enviando currículo e estudando para concurso. Trabalho de manhã, mas quem trabalha de madrugada tem um retorno muito mais rápido. Optei por trabalhar de manhã porque moro na Praia da Costa há quatro anos e não domino muito as outras regiões. Mas está dando super certo, vou pelo GPS”, afirmou.

Além do retorno financeiro, ela explica que ama conversar com os passageiros. “Nunca tive problema nenhum, graças a Deus. Gosto tanto de ouvir e falar que o assunto flui no carro. Faço amizades com as pessoas! As vezes brinco que estou na profissão errada e deveria ser psicóloga. Segundo meu namorado, não vou conseguir parar mesmo se encontrar algo melhor porque gosto muito disso”, disse.

 Piloto de avião

A jovem Bárbara Kohler, personal trainer, viu na Uber a oportunidade de juntar dinheiro para investir na carreira dos sonhos: piloto de avião. Ela, que sonha em trocar o comando de um carro por uma aeronave, conta que enxergou nos horários livres a chance de ter uma renda extra.

“Sou personal trainer e tinha alguns horários livres, então via na Uber a oportunidade de poder ocupar esse horário trabalhando e tirando uma renda extra para continuar meus estudos”, contou Bárbara, que está na empresa há três meses.

Apesar de não ter sofrido preconceito, ela conta que passou por uma situação peculiar. “Não sofri preconceito, pelo menos não senti isso. Mas uma vez aconteceu um caso... Estava passando com o carro e tinha um buraco, mas estou acostumada e sabia como tirar, fiz a manobra sem problemas. O passageiro chegou a colocar a mão no volante e acho que se fosse homem, ele não faria isso por acreditar que faria a manobra perfeitamente”, revelou.

Mara deixou de ser vendedora autonôma para dirigir Foto: Divulgação

 Oportunidade em dose dupla

Há dois meses e meio na Uber, Mara Diamantino conta que conheceu a empresa no Rio de Janeiro, como passageira, e gostou muito da experiência. Na época, ela comentou com o marido que se a novidade chegasse ao Espírito Santo, ela gostaria de trabalhar.

“Já tinha comentado com meu marido que quando a Uber entrasse aqui no Espírito Santo, a gente ia participar. Ele entrou primeiro para ver como ia ser e eu fui depois. Agora, trabalho a tarde até umas 19 horas”, contou.

Ela, que era vendedora autônoma, decidiu investir completamente na nova profissão e conta que tem sido bem recebida. “Era vendedora autônoma e decidi parar de revender e para ficar só na Uber. Tenho gostado de entrar e o retorno tem sido bom”. 

 Sem dívidas

Maria já quitou suas dívidas com a renda da Uber Foto: Divulgação

O retorno tem sido tão boa para Maria Deangeli que ela já pagou algumas contas com a renda da Uber, como seguro do carro e até telefone.

“Tem me ajudado bastante porque estou tirando uma renda boa. Todas as dívidas estão em dia! Pago carro, seguro e até um iPhone com o dinheiro que tiro. Tem entrado um dinheiro bom e estou adorando”, contou.

Para Maria, que também é corretora de imóveis, o público feminino fica feliz quando solicita um carro e percebe que é uma mulher no volante. “As mulheres, as jovens da faculdade por exemplo, ficam muito felizes e comentam ‘Ai, Maria poderia entrar mais mulheres na Uber’. Elas se sentem mais seguras”, explicou. 

Há três meses na profissão, ela afirma que no início o marido ficou preocupado.

“Meu esposo no começo ficou muito preocupado, mas expliquei como que funcionava. Depois ele viu que os amigos foram entrando na Uber, e hoje ele aceita normal. Ele só não gosta que trabalho à noite, por conta da segurança. Então tento chegar umas 20 horas em casa. Mas não tenho medo porque os clientes são muitos bons, eles nos respeitam”, disse.

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