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Justiça recebe denúncia contra 22 pessoas envolvidas no funcionamento da Telexfree

A Justiça suspendeu o sigilo integral da denúncia, de acordo com decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Todos os réus serão citados para apresentar suas defesas

Todos os denunciados irão responder judicialmente por operar instituição financeira clandestina Foto: Divulgação

A Justiça Federal recebeu a denúncia do Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) contra as 22 pessoas envolvidas no funcionamento da Telexfree no Brasil. Entre os denunciados – agora réus – estão os sócios-administradores da empresa, Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler, além de investidores, divulgadores e familiares dos empresários.

Todos irão responder judicialmente por operar instituição financeira clandestina, realizando operações de câmbio e remessa de divisas para o exterior, empréstimos e adiantamentos. Na denúncia, o MPF/ES ressaltou que a Telexfree, além de ser um esquema híbrido de pirâmide, atuava como um banco clandestino, uma vez que captava, administrava e intermediava recursos de terceiros mediante processos fraudulentos.

19 acusados, excluindo Carlos Costa, Carlos Wanzeler e a filha, processados pelo MPF pelo mesmo motivo em outra denúncia, também vão responder pelo crime de pirâmide financeira. A pena para esse tipo de ilícito pode chegar a dois anos de detenção, mais multa.

No recebimento da denúncia, a Justiça manteve a apreensão dos bens, ou seja, dinheiro, carros, aeronave, imóveis, entre outros obtidos nas medidas cautelares e executados na Operação Orion (deflagrada em 24 de julho de 2014). Com o andamento do processo, caso condenados, os acusados poderão, também, perder definitivamente esses bens.

Os processos são os primeiros resultados de uma investigação conjunta entre MPF/ES, Polícia Federal e Receita Federal. Também houve compartilhamento de informações e de provas com as autoridades dos Estados Unidos e com a Justiça e o Ministério Público do Acre. O MPF/ES lembra que James Matthew Merril, sócio americano da Telexfree, não foi denunciado neste momento porque está negociando os termos de seu acordo de colaboração nos Estados Unidos e, posteriormente, os termos da internalização desse acordo pelas autoridades brasileiras.

A partir de agora, todos os réus serão citados para apresentar suas defesas, por escrito, em até dez dias após a notificação. As acusações referentes a dois outros acusados foram desmembradas do processo e serão analisadas em outro, porque ambos residem nos Estados Unidos.

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