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Saiba como funciona a fiscalização da venda de carnes no Espírito Santo

A PF investigou cerca de 40 empresas. Quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, o delegado responsável, Maurício Moscardi Grillo, destacou que em todas elas 'tinham problemas sérios'

A operção foi deflagrada na última sexta-feira como 'Operação Carne Fraca' Foto: TV Vitória

Após a Operação Carna Fraca, que colocou sob suspeita a qualidade da carne vendida no Brasil, a gerente de Vigilância Sanitária da Serra, Luciene Fernandes Gomes, em entrevista ao programa Fala Manhã, explicou como funciona a fiscalização desses produtos no Estado.

“As fiscalizações dos produtos de origem animal depende da área de abrangência. Se for interestadual e internacional é de competência do Ministério da Agricultura. Se for somente estadual é o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) que faz a fiscalização, e quando é municipal fica por conta do Serviço de Agricultura. Temos também o serviço de inspeção em alguns municípios”, explicou.

Sobre as carnes embaladas e expostas, Luciene esclareceu o serviço de fiscalização é de responsabilidade da Vigilância Sanitária. “Em geral aplicamos um roteiro de inspeção em açougues e supermercados. É preciso verificar se as câmeras frigoríferas possuem o selo de inspeção, a situação dos balcões, a estrutura física, e se as normas de procedimento estão sendo cumpridas. Para evitar esse tipo de fraude é necessário solicitar as notas fiscais para comparar se o volume de compra está compatível com o volume de venda”, disse. 

A Operação Carne Fraca descobriu algumas empresas que vendiam carnes vencidas e estragadas. Luciene orientou como o consumidor pode ter mais segurança na hora da comprar. “Para a carne exposta no balcão de atendimento, geralmente orientamos que se faça o beneficiamento seja ela moída ou pedaços, na hora, que o consumidor não compre pronta. É melhor que esse processo seja feito na presença do consumidor".

Luciene frisou a importância de checar a carne antes de comprar. "É importante que os consumidos verifiquem a coloração e o cheiro da carne antes de comprar. Nas embaladas, é preciso verificar sempre o prazo de validade e o selo de inspeção”. 

Operação Carne Fraca

A Polícia Federal (PF) investigou cerca de 40 empresas. Quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, o delegado responsável, Maurício Moscardi Grillo, destacou que em todas elas 'tinham problemas sérios'.

Multinacionais como a JBS (dona das marcas Friboi, Seara e Swift) e a BRF (dona da Sadia, Perdigão) são citadas nas investigações. Leia posicionamento das empresas abaixo.

A Polícia Federal chegou a pedir o fechamento de uma unidade da BRF em Mineiros (GO), mas que foi indeferida pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva. Antes de qualquer decisão desse tipo, ele preferiu remeter o tema ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Os investigadores interceptaram ainda, com autorização da Justiça, ligações de um diretor da BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão), André Baldissera, sobre a necessidade de intervir no Sipoa-GO (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em Goiás) para evitar a interrupção das operações da empresa em Mineiros.

Parte da denúncia envolvendo a BRF em Goiás envolve ainda a exportação de carne de peru contaminada. Em conversa do executivo da BRF com interlocutores, ele fala sobre uma carga de 18 toneladas que foi devolvida por autoridades sanitárias europeias, por estar contaminada com salmonella. A salmonella é responsável por causar problemas gastrointestinais, como a infecção alimentar, que tem como sintomas febre, diarreia e vômito.

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