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Correa concorda com revisão de atas eleitorais por supostas fraudes

Redação Folha Vitória

Quito - O presidente equatoriano, Rafael Correa, concordou nesta sexta-feira com a recontagem das atas eleitorais com supostas irregularidades, após o partido opositor apresentar novas provas de que foi supostamente prejudicado nas eleições de domingo. Na província de Los Ríos, no interior do país, Correa destacou que apoia uma apuração dos votos o mais rápido possível.

Por outro lado, Correa disse que não é possível atender ao desejo do candidato opositor Guillermo Lasso, que desejava revisar todos os votos. "Ele sabe que isso não é permitido por lei, sabe que está pedindo o impossível", afirmou.

Correa governou o país por mais de dez anos e se destacou pela construção de obras públicas, como hidrelétricas, escolas e hospitais para os mais pobres. Por outro lado, é também criticado pela falta de respeito aos direitos civis e dos cidadãos.

O presidente deve entregar o poder em 24 de maio e garantiu que deixa o país "com uma democracia vibrante, com eleições regulares, claras, transparentes" e com uma economia "em crescimento e estabilizada".

De acordo com resultados oficiais do domingo, revelados pelo Conselho Nacional Eleitoral, o próximo presidente do país será o candidato governista do partido Alianza País, Lenín Moreno, que usa cadeira de rodas desde 1998, quando foi baleado nas costas durante um assalto.

Lasso e seu partido, CREO, afirmam que houve milhares de atas adulteradas, com resultados trocados para favorecer os governistas. Diretor do partido, César Monge disse que sua sigla descobriu nas últimas horas outras 2.448 atas com irregularidades, que se somam às 1.795 que inicialmente foram localizadas nesta semana. No total, equivalem a mais de 1,2 milhão de votos.

Moreno venceu por vantagem de pouco mais de 230 mil votos.

Monge acrescentou que o Conselho Eleitoral pode realizar um processo de recontagem voto a voto. Milhares de equatorianos realizaram protestos pacíficos em várias cidades do país em apoio ao pedido de recontagem.

Em meio a esse quadro, a procuradoria, acompanhada por mais de uma dezenas de policiais, realizou uma operação nesta sexta-feira na sede do instituto de pesquisas Cedatos-Gallup. Após o fechamento das urnas no domingo, o Cedatos-Gallup apontou Lasso como vencedor da disputa.

O presidente executivo do instituto de pesquisas, Polibio Córdoba, confirmou a existência da operação. "Não vamos esconder nada porque não temos nada a esconder", comentou Córdoba. "Querem acabar conosco, querem acabar com a empresa", disse ele, sem identificar quem seria o responsável pela ação. "Se a honestidade nos leva a isso, pois então esse é o preço da honestidade."

A vice-presidente da Assembleia Legislativa, Rosana Alvarado, integrante do governista Alianza País, tem uma denúncia contra a Cedatos por suposta associação ilícita e falsificação de documentos. As leis equatorianas preveem de cinco a sete anos de prisão e três a cinco anos de prisão, respectivamente, para esses delitos. O analista e catedrático da universidade San Francisco, Pablo Lucio Paredes, questionou a operação contra o instituto, qualificando-a como "absurda". Fonte: Associated Press.

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