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Sindicato orienta médicos a não trabalharem em unidades de saúde da Serra

De acordo com o Simes, município tem o maior índice de violência contra médicos do Estado. Mensagens estão sendo exibidas em outdoors e em banners publicados na internet

Outdoor alerta médicos sobre a violência contra os profissionais nas unidades de saúde do município Foto: Reprodução

Um alerta feito pelo Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) aos profissionais da categoria têm causado polêmica. O sindicato orienta os médicos a não trabalharem nas unidades de saúde da Serra, devido ao alto índice de violência contra os profissionais que estaria sendo registrado nesses locais.

As mensagens estão sendo exibidas em dois outdoors no município, colocados na Avenida Norte-Sul e na BR-101, e em banners publicados na internet. Em ambas as peças, o texto diz: "Alerta médicos! A Serra tem o maior número de violência contra médicos do Estado. O Simes não recomenda que médicos trabalhem na Serra".

De acordo com o presidente do sindicato, Otto Baptista, a prefeitura não tem adotado medidas que inibam a ação de criminosos nas unidades municipais de saúde.

"Desde o mandato anterior a gente tem reinvidicado ao prefeito sobre aumentar a segurança armada e patrimonial nas unidades de saúde, mas o que tem se visto é um alto índice de vandalismo e arrombamentos. Além disso, por não haver segurança nessas unidades, os médicos têm sofrido constantes ameaças e agressões físicas durante o expediente. Também é comum que esses profissionais tenham seus automóveis depredados pelos criminosos. Devido a essa realidade, uma média de 7 a 12 médicos pedem demissão dessas unidades de saúde todos os meses", destacou Baptista.

Alerta também estão em banners divulgados na internet Foto: Reprodução Facebook

Segundo o presidente do Simes, o alerta serve principalmente para os médicos recém-formados. "Esses profissionais ainda estão em busca do primeiro emprego e acabam aceitando preencher essas oportunidades, com contratos precarizados. E o que acontece é que eles trabalham em unidades de saúde em péssimas condições, chegando até mesmo a utilizar materiais próprios. E, devido a essa insegurança, eles não têm condições psicológicas de desenvolverem seu trabalho, já que as ameaças e agressões acontecem diariamente. Só falta acontecer de matarem um médico dentro dessas unidades", frisou Otto Baptista.

Por telefone, na manhã desta quinta-feira (25), a subsecretária de saúde da Serra, Cristiane Stem, afirmou que as unidades do município já possuem segurança e que o quadro será ampliado em breve. "As Upas 24 horas, maternidades e unidades com maior vulnerabilidade já possuem segurança. Nas Upas, a segurança é armada e o que nós estamos fazendo é a ampliação do quadro de vigilantes para proporcionar segurança para os servidores e também para a população", afirma. 

Ela enfatiza ainda que a presença da vigilância será maior nos serviços públicos com a implantação da Guarda Municipal armada e que a contratação de novos profissionais da saúde poderá diminuir o tempo de espera dos pacientes. "O problema da segurança pública não é um problema só do município de Serra, é um problema geral. Mesmo sendo competência do Estado, o município implantou a Guarda Municipal armada e teremos uma presença maior da vigilância nesses serviços públicos. Além disso, neste ano de 2017, a prefeitura contratou 88 profissionais de saúde sendo 43 médicos e os demais enfermeiros e técnicos, visando também diminuir o tempo de espera e ampliando e a oferta de serviço. Com essas medidas, a gente espera que os nossos servidores e a população tenham uma sensação maior de segurança", conclui.

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