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Família doa acervo de médico desaparecido para instituição do ES

O médico desapareceu em novembro de 2014 e até hoje nenhuma pista concreta sobre o paradeiro dele apareceu. A família acredita que ele não esteja mais vivo

Até objetos pessoais do médico foram doados Foto: Reprodução

A família do médico oncologista Roberto Gomes, desaparecido há quase três anos, decidiu doar o acervo dele para uma instituição filantrópica. De acordo com a mulher dele, Nildete Gomes, essa foi uma forma que eles encontraram de fazer o bem e compartilhar a generosidade que ele tinha.

“Foi um consenso da família de que de alguma forma deveríamos devolver a sociedade tudo o que nós recebemos. Eram muitas coisas que de alguma maneira não temos como guardar a vida inteira. E ele era uma pessoa muito generosa. Temos certeza que ficaria feliz com essa nossa atitude”, informou. 

Entre as doações estão objetos de arte, objetos pessoais, livros e discos. A instituição escolhida foi o Serviço de Engajamento Comunitário (SECRI), que é uma entidade que realiza trabalhos sociais junto às famílias das comunidades de São Benedito, Bairro da Penha, Itararé, Bonfim, Consolação, Floresta e Engenharia, em Vitória.

“É uma instituição séria, que faz um trabalho incrível de inclusão social e que está passando por dificuldades financeiras por conta da crise que atinge o nosso país. Conheço o trabalho deles e minha filha já prestou serviço voluntário lá”, contou Nildete.

A exposição de todos os objetos e as vendas acontecerão entre os dias 4 e 8 de julho, na antiga Oncoclínica, na Avenida Jones dos Santos Neves, número 389, sala 101. De terça-feira a sexta-feira o horário de funcionamento será das 14 horas às 19 horas, e no sábado será das 9 horas às 13 horas.

Sobre o desaparecimento do médico, que aconteceu em 2014, a mulher dele afirmou que mesmo não acreditando que ele tenha sobrevivido, sempre há uma esperança. “Não acreditamos que ele possa estar vivo, mas temos aquela pontinha de esperança, mesmo sabendo que a olhos humanos isso não seja possível pelo tempo que tem”, disse.

Entenda o caso

Imagens de videomonitoramento mostram o médico saindo do hotel antes de desaparecer Foto: TV Vitória

O médico Roberto Gomes é um oncologista renomado e já foi eleito capixaba do ano, em 2012, na área de medicina. Além disso, ele comandou dezenas de trabalhos científicos sobre tratamento e prevenção do câncer.

Roberto desapareceu no dia 28 de novembro de 2014, após realizar uma viagem para São Paulo, onde participou do lançamento de um livro que ajudou a escrever sobre a prevenção do câncer. O lançamento foi realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), um dia antes do sumiço do médico. Já o embarque para a capital paulista aconteceu no dia 26.

Após o fim do lançamento do livro, o médico se negou a voltar de carona com colegas e preferiu pegar um táxi até o hotel onde estava hospedado, na Avenida Paulista. Segundo presentes no evento, Roberto demonstrava um certo cansaço e havia dito que não estava se sentindo bem. No entanto, em entrevista a uma TV local, o médico capixaba parecia feliz.

Na manhã do dia do desaparecimento, Roberto fez o último contato com a família, no Espírito Santo, avisando que a passagem de volta para Vitória estava marcada para o dia seguinte à noite. No entanto, ele disse que anteciparia a volta para a manhã.

Logo após tomar café no hotel onde estava hospedado, o médico fez check-out, guardou as malas dentro do guarda-volumes e saiu apenas com uma sacola plástica nas mãos. A partir daí, ele não foi mais visto

O sumiço do médico capixaba foi alvo de boatos e especulações, mas nenhuma pista concreta foi encontrada pela polícia. Dias depois do desaparecimento, a polícia teve acesso a um vídeo, registrado por uma câmera de segurança de um estacionamento, que mostra um homem com aparência semelhante à de Roberto Gomes caminhando em uma rua do Centro de São Paulo. No entanto, a família garantiu que o homem que aparece nas imagens não é o médico capixaba.

Além disso, a família teve várias informações desencontradas, a respeito de Roberto, ao longo dos meses. Uma delas foi de que um homem teria tido um mal súbito, foi resgatado pelo Samu e internado em um hospital. Outras informações foram de pessoas nas redes sociais que diziam tê-lo visto dentro de rodoviárias, em parques da cidade, em praças e outros tantos lugares, que no final não levavam a nenhuma notícia concreta. Chegou-se a cogitar a possibilidade de Roberto Gomes ter sido visto caminhando pelas ruas de Curitiba, mas nenhuma pista do capixaba foi encontrada na capital paranaense.

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