Polícia

Videomonitoramento deve ajudar nas investigações de briga de trânsito em Camburi

As imagens das câmeras de videomonitoramento da orla de Camburi, em Vitória, podem ajudar nas investigações da briga de trâsito que aconteceu no último domingo e que terminou com uma mulher arrastada . O motorista foi autuado pelo delegado de plantão por lesão corporal e embriaguez ao volante. No Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) da Capital, foi estipulada uma fiança de R$ 1 mil para o motorista, que foi liberado.

O caso será investigado pela Delegacia de Delitos de Trânsito. À frente do caso, o delegado Fabiano Contarato recebeu a ocorrência na tarde desta segunda-feira (12) e nos próximos dias deve ouvir testemunhas e analisar as imagens das câmeras de videomonitoramento da Prefeitura de Vitória.

"Há uma diferença do Código Penal e do Código de Trânsito que deveria ser atentado pelo delegado. Ele foi autuado por lesão culposa, ou poderia ser dolosa também, que pode dar até um ano de reclusão segundo o Código Penal. Já de acordo com o Código de Trânsito, a pena chega e três anos de prisão", diz o delegado.

Já o outro crime em que o acusado foi autuado, a de embriaguez ao volante, tem pena de seis meses a três anos de reclusão, além de multa e suspensão do direito de dirigir.

Contarato também vai analisar a possibilidade de existência de um racha, que se comprovado, pode aumentar o somatório das penas do acusado.

O acidente

No último final de semana, um bate-boca entre motoristas acabou com uma mulher atropelada na orla de Camburi, em Vitória. Os motoristas discutiram no meio da Avenida Dante Micheline. Após a confusão, um dos motoristas arrancou com o veículo. Uma mulher que estava com parte do corpo dentro do veículo acabou sendo arrastada.

De acordo com a polícia, a mulher teria ido conversar com o motorista depois de uma manobra perigosa. A vítima foi socorrida e levada para o Hospital São Lucas, em Vitória.

Brigas no trânsito por motivos torpes

As brigas de trânsito são grandes responsáveis por crimes, que na maioria das vezes, não envolve problemas relacionados ao tráfego. Segundo a Polícia Militar de São Paulo, as brigas de trânsito, principalmente por motivos torpes, podem terminar até em morte.

No Espírito Santo, alguns casos, terminaram em tragédia. Em janeiro de 2014, Jefferson Teixeira da Silva, de 21 anos, foi assassinado com dois tiros na cabeça após uma briga de trânsito, em Campo Grande, Cariacica. O motivo seria um esbarrão. Ainda em janeiro, um empresário foi preso acusado de matar um portuário de 44 anos com golpes de chave de rodas na cabeça, em um bairro da Serra. O motivo da briga: uma discussão.

Estresse

O estresse do trânsito tem gerado violência e produzido vitimas, algumas fatais, no Espírito Santo. Campanhas do governo tentam fazer as pessoas refletirem mais sobre esse fenômeno social, mas os psicólogos dizem que o ser humano sempre foi violento assim.

Segundo os psicólogos não está aumentando a agressividade. O ser humano sempre foi assim e uma prova disso são as guerras ao longo de toda a história da humanidade. A novidade agora é uma redução daquilo que freia essa violência toda, como os valores morais. 

Para o psicólogo Carlos Boechat, nesse pensamento vêm a descrença nas instituições, nas leis e na Justiça, com a sensação de impunidade. E ainda o fato da pessoa não saber lidar com as frustrações. “A frustração tem como uma das características a agressão. Então, uma pessoa que agride com muita facilidade geralmente são pessoas muito fragilizadas e muito frustradas”, afirma o psicólogo. 

"Conte até dois"

O psicólogo acredita que a educação possa ter influencia numa mudança de atitude. A Secretaria de Segurança aposta nisso e investe em campanhas educativas como a “Conte até dois”. A ideia surgiu após uma constatação: 40% dos homicídios no Estado são cometidos devido a reações violentas e emocionais. Desde os crimes passionais até as reações explosivas por causa de uma briga. Os filmes da campanha, exibidos na TV mostram situações corriqueiras, como uma fechada no trânsito e uma ideia: é melhor deixar pra lá. Sua paz vale mais do que fazer valer sua vontade, nessas ocasiões.

Confira o flagrante do acidente:

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