Polícia

Caso Richardelle: juíza mantém em liberdade acusado de matar namorada com escavadeira

O crime aconteceu no dia 17 de março. De acordo com a magistrada, a decisão de manter acusado em liberdade, foi justificada sob a alegação de que o réu é primário

Christian Cunha foi acusado de matar a ex-namorada em Vila Velha Foto: Divulgação

Dor e revolta. Esses sãos os sentimentos de Selma dos Santos, após saber da decisão da juíza da 4ª Vara Criminal de Vila Velha, Paula Cheim Jorge D’Ávila Couto. Selma é mãe da jovem Bárbara Richardelle Costa de Oliveira, 18, que foi brutalmente assassinada com golpes de escavadeira pelo ex-namorado, Christian Braule Pinto Cunha, 19.

No dia 26 de maio, a magistrada concedeu ao acusado a permissão de aguardar todo o julgamento em liberdade. Christian pode ficar até 30 anos na prisão por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil. Dois dias após o anúncio da juíza, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) enviou um documento pedindo a revogação da liberdade de Christian. De acordo com a carta, as justificativas de Paula para a liberdade do acusado, não seriam maiores do que a gravidade do crime cometido e a frieza do acusado.

Ao saber que a juíza não irá restabelecer a prisão preventiva do suposto assassino da filha, a mãe de Bárbara se diz impotente e sem fé na justiça. “ Foi um choque. Eu tinha esperança de que a justiça seria feita. O que essa juíza tem feito é um papelão. É revoltante saber que quem deveria lutar por nossos direitos, pela justiça, não o faz”, lamenta.

Abatida, Selma garante que irá até o fim em busca de penas mais rígidas para o acusado. “Eu não vou desistir, não posso. Vamos recorrer até o fim. Esse crime não pode ficar em branco. No próximo domingo (8) vamos realizar um encontro em Jardim Camburi. Estaremos munidos com faixas e cartazes. Precisamos que a justiça seja feita”, afirma.

Em trechos da decisão da juíza, o pedido do MP é tratado como um ato “equivocado”. Em sua nova sentença, a magistrada reafirma que o jovem não representa periculosidade e considerou, novamente, o crime como um “fato isolado”.

O artigo 316 do Código de Processo Penal (CPP) prevê que o juiz tem a permissão de revogar prisão preventiva caso perceba a falta de motivo que a justifique. De acordo com a decisão públicada nesta sexta-fera, a  juíza Paula Cheim, com base na legislação vigente, afirmou que seria desproporcional deixar de conceder liberdade provisória ao acusado.

Como feito anteriormente, a magistrada fixou medidas cautelares para o réu. Christian é obrigado a comparecer em juízo, não poderá freqüentar bares e boates e não poderá sair do município de Vila Velha por mais de oito dias. 

O crime
Bárbara Richardelle foi morta a golpes de escavadeira pelo ex-namorado, em um terreno na Praia da Costa, em Vila Velha. Uma briga do casal motivada pel divulgação de imagens íntimas da jovem, teria sido o motivo do crime. 

A Polícia Civil acredita que Christian Cunha teria esganado a vítima na briga. Logo em seguida, Christian teria desferido golpes com a escavadeira na cabeça da jovem.Em depoimento, o acusado confessou que teria, logo após o crime, comprado um churrasquinho para comer no local. 

Sai da cadeia suspeito de matar ex-namorada em canteiro de obras na Praia da Costa
O jovem Cristian Cunha, de 19 anos, deixou a prisão no início na noite do dia 27 de maio, após ficar quase dois meses na cadeia. Ele é acusado de matar a ex-namorada Bárbara Richardele, de 18 anos, em um canteiro de obras na Praia da Costa, em Vila Velha. Para cometer o crime, ele utilizou uma escavadeira. 

A Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) confirmou a soltura do acusado, mas não informou os motivos da liberação do suspeito. Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Vila Velha e foi liberado após uma decisão judicial. 

Familiares de Bárbara Richardelle protestam em frente ao Fórum de Vila Velha
Familiares da jovem Bárbara Richardelle, fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (06), em frente ao Fórum de Vila Velha.Segundo a mãe de Bárbara, Selma Santos, o objetivo do ato foi protestar contra a decisão da juíza Paula Cheim Couto, que colocou em liberdade o acusado do crime, Christian Cunha, ex-namorado da jovem. “Protestamos para pressionar a Justiça para ver se a juíza se retrata. O Christian deve voltar para a cadeia, de onde ele não deveria ter saído”, conta.

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