Polícia

Sargento é agredida fisicamente por major dentro do Hospital da Polícia Militar

Para o advogado da vítima, foram cometidos dois crimes. Além de encaminhar o caso para a Corregedoria da Polícia Militar, o advogado afirmou que pretende acionar a justiça comum

Mulher ficou com marcas da agressão por todo o corpo Foto: Divulgação

Uma sargento foi agredida por um Major, colega de trabalho, na manhã desta quarta-feira (09), dentro do Hospital da Polícia Militar, em Bento Ferreira, Vitória. 

A sargento trabalha como enfermeira no local há 19 anos e disse que estava resolvendo um assunto com uma colega de trabalho, quando tudo aconteceu. "Eu estava conversando com minha colega a respeito de um paciente, quando esse senhor se postou na frente de nós duas. Eu pedi, gentilmente, que ele desse licença pois eu estava tratando de um assunto grave, de um paciente que estava internado. Pedi por três vezes que ele desse licença e ele não saiu da frente. Nesse momento, ele se virou contra mim e disse ‘Você sabe com quem você está falando?’ e eu respondi ‘Pra mim, não interessa com que estou falando, trato todo mundo aqui da mesma forma’. Depois disso ele virou, torceu meu braço, me jogou contra a parede, me jogou no chão e me deu ordem de prisão. Eu não sei se ele queria prioridade no atendimento por causa da patente dele”, afirma.

O caso foi parar na Corregedoria da Polícia Militar e um exame de corpo de delito comprovou as agressões. O major preferiu não dar entrevista. O advogado dele, Guilherme Peruchi, afirma que seu cliente apenas se defendeu. “Ele alega que houve excesso por parte da Sargento e que houve uma quebra de patente e insubordinação militar”, disse.

Para o advogado da vítima, foram cometidos dois crimes. Além de encaminhar o caso para a Corregedoria da Polícia Militar, o advogado afirmou que pretende acionar a justiça comum. “Nós visualizamos constante no artigo 129 do Código Penal Militar, esse crime. Também visualizamos o crime de abuso de autoridade, esse de competência da Justiça comum”, explica Roberto Gotardo.

A sargento afirma estar assustada com a violência. “Nunca apanhei de ex-marido, de pai, de irmão, de ninguém, e agora apanho de um sujeito desconhecido? Eu acho que ele deve estar com algum problema e descontou em mim. Eu me senti humilhada como mulher, como profissional, como mãe”, afirma.

Em nota, a Corregedoria da Polícia Militar informou que ouviu os envolvidos no caso e as testemunhas. O militar foi autuado em flagrante por ter praticado violência contra subalterno e se encontra na prisão do Quartel do Comando Geral. Tanto a Corregedoria quanto o Comando Geral reprovaram a atitude do oficial, sendo reconhecida como totalmente arbitrária. 

O policial militar também vai responder um processo administrativo no âmbito da Corporação e, enquanto isso, ele permanecerá preso até a decisão da Justiça Militar. 

Outro caso

Esse é o segundo caso de abuso de poder registrado em menos de um mês na Grande Vitória.

No último dia 28, Janaína Cavadas, que atuava como gerente do Procon de Vitória, foi flagrada em um vídeo, no qual aparece agredindo verbalmente um funcionário de uma lanchonete do bairro Jardim da Penha, na Capital.

A servidora estaria insatisfeita com o atraso na entrega do pedido. No vídeo, com pouco mais de dois minutos de duração, a gerente agride o funcionário física e verbalmente e abusa da autoridade. “Eu não sou filha, não sou parente, eu sou”, disse Janaína.

Dias depois de o vídeo ganhar repercussão nas redes sociais, a servidora pediu desligamento do cargo.

O dono do estabelecimento, não quis dar muitas declarações sobre o assunto. Disse apenas que a situação causou grande constrangimento aos funcionários, e às pessoas que estavam presentes no estabelecimento e viram toda a cena. A única coisa que o dono da lanchonete espera é um pedido de desculpas ao funcionário.

Já a Prefeitura de Vitória lamentou o ocorrido, e comunicou que a servidora pediu desligamento. O Folha Vitória tentou contato com Janaína, mas não obteve retorno. 

Veja o vídeo:

Pontos moeda